Cheiro intenso e ventos fracos, mas incómodos: transportam o odor desde o Alentejo até à capital, e a origem está na azeitona.
Esta segunda feira, Lisboa voltou a acordar sob o intenso e desagradável cheiro a azeitonas.
Já no mês passado o olfato dos lisboetas tinha sofrido com um intenso odor a “algo podre”, com origem, possivelmente, no Alentejo.
“O mais provável é que o odor possa estar relacionado com uma fonte fixa e que, depois, aliada a estas condições meteorológicas muito particulares possa promover esta deteção nestes vários locais em simultâneo”, afirmara na altura Sofia Teixeira, investigadora Faculdade de Ciências e Tecnologia.
Mistério resolvido: já se sabe de onde vem o cheiro nauseabundo, que se espera que perdure até terça feira.
Sofia Teixeira diz agora à Renascença que “provavelmente, a fonte emissora será decorrente das fábricas de processamento do bagaço de azeitona da zona do Alentejo”.
Esta segunda-feira existiu uma “baixa inversão térmica desde a meia-noite até às 9h00 que fez com que tivéssemos um efeito capacete”, explica a investigadora, ainda que o vento tenha sido “fraco e de quadrando sudeste”.
A FCT estima que o cheiro possa “manter-se até terça-feira às 11h00”.
“Era importante que pudéssemos pensar numa normativa, uma vez que em Portugal não há legislação sobre odores, ao contrário de em outros países”, alerta ainda Sofia Teixeira.
De acordo com o site Olive Oil Times, o bagaço de azeitona é um tipo de azeite produzido a partir de subprodutos do processo de produção de azeite virgem e extra virgem utilizando solventes químicos e calor.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) realizou há 7 anos um estudo à composição química das partículas libertadas pela produção desta substância, e concluiu que é nociva para a saúde.
Na sua composição, constavam “monóxido de carbono, dióxido de enxofre, compostos cancerígenos (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) e outros gases (amoníaco, ácido sulfídrico e sulfureto de metilo”, segundo explicava o jornal Público.
Coitados dos lisboetas… só pode cheirar a azeitona no resto do país… Coimbra por exemplo… em “Lisboia” é desagradável