André Kosters / Lusa
No primeiro semestre deste ano, a Caixa Geral de Depósitos anunciou um lucro de 282,5 milhões de euros. Agora, as contas poderão ser revistas e calcula-se que haja um lucro adicional de 157 milhões.
Face ao mesmo período do ano passado, o lucro da Caixa Geral de Depósitos (CGD) aumentou 45% para 282,5 milhões de euros. No entanto, este valor pode ser superado após uma possível revisão das contas para contabilizar vendas em Espanha e na África do Sul.
De acordo com o administrador financeiro da CGD, José de Brito, esta é uma hipótese caso os reguladores deem luz verde ao processo de venda das subsidiárias nestes dois países até ao final de setembro. Caso isto se verifique, o banco público terá de incluir estas alienações nas suas contas dos primeiros seis meses do ano.
“Se a aprovação regulatória para a venda destas duas subsidiárias ocorrer antes do fecho do processo de auditoria, precisaremos de rever as contas do primeiro semestre dado que isto constitui um evento subsequente ajustável”, explicou José de Brito.
O administrador da Caixa disse que caso estas alterações tenham de ser refletidas, espera-se um aumento no lucro na ordem dos 157 milhões de euros, “que tem a ver com a diferença entre o preço que será pago pelos compradores das duas subsidiárias e o preço que estava registado nas nossas contas”.
Numa conference call com os analistas, José de Brito explica que foi feita “uma provisão muito substancial no final de 2017 relativamente a estes dois processos de venda”, razão pela qual os valores podem ser díspares.
“A Caixa continua à espera das autorizações regulamentares habituais nestes processos (concorrência e banco central) na expectativa que, em ambos os casos, os processos se concluam até final do ano”, explicou fonte da Caixa ao ECO.
Neste panorama, ao ver validade a venda das duas subsidiárias, o lucro do primeiro semestre de 2019 pode passar de 285 milhões anunciados para um valor próximo dos 440 milhões de euros.
