Consultas sobre sol, tabaco e álcool, grátis e com prémio

Quatro mil visitantes do Rock in Rio já tiveram “consultas” sobre cancro da pele, fizeram testes de alcoolemia e tabagismo e houve até quem deixasse de fumar, a troco de alguns minutos e um chapéu como prémio.

É certo que se tem de esperar em longas filas mas a grande quantidade de chapéus brancos que se veem no recinto do Rock in Rio, no Parque da Bela Vista em Lisboa, indica que há quem não se importe de esperar.

Noémia Silveiro, coordenadora do programa Saúde Mais Próxima, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, garante no entanto que as pessoas estão de facto interessadas e sensibilizadas para os três problemas: álcool, tabagismo e cancro da pele.

E todos os dias em que decorreu o festival de música que hoje termina as duas estruturas da Santa Casa no recinto receberam, sem parar, pessoas para falar, e ouvir falar, do cancro da pele (entre as 16:00 e as 19:00), para ver como andam os pulmões (das 19:00 às 21:00) e para fazer o teste do álcool até à meia-noite. Diz Noémia que a essa hora são muitos que fazem o teste “para ver quem leva o carro”.

Até hoje os enfermeiros da Santa Casa já fizeram 1.400 inquéritos de sensibilização para o cancro da pele, 1.100 sobre o consumo do tabaco (e medição do monóxido de carbono nos pulmões e no sangue) e 1.500 rastreios de alcoolemia.

Porque a “consulta” consiste numa primeira conversa, nos testes (se for o caso) e num inquérito anónimo de cinco perguntas. Só no final o “doente” recebe o prémio.

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Noémia Silveiro, coordenadora do programa Saúde Mais Próxima, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Noémia Silveiro, coordenadora do programa Saúde Mais Próxima, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

No Parque estão ao todo 9 enfermeiros e 4 técnicos de pneumologia e diz Noémia Silveiro que tem valido a pena, que as pessoas saem mais despertas para os problemas, e que até houve um homem que, face aos resultados do teste do tabagismo, deixou de fumar nesse mesmo dia.

Quanto ao consumo de álcool, diz, os resultados nem têm revelado números muito elevados. Dependendo do que mostra o “balão”, assim são os conselhos. “Estamos aqui para mudar comportamentos, as pessoas saem com todas as dúvidas esclarecidas”, afirma.

De noite ou de dia, pelos conselhos, pelos testes ou pelo chapéu, não fica mais curta a fila para a Santa Casa e segundo a responsável a parte sobre a exposição solar “tem sido um sucesso”.

E de sucesso fala também a enfermeira Filipa Garcez. “É importante que as pessoas levem algo de novo, sobre as horas de mais calor, sobre o tipo de vestuário, sobre como aplicar os protetores…”.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa já esteve em edições anteriores do Rock in Rio, mas este ano está a fazer pela primeira vez a avaliação do monóxido de carbono. “É importante percebermos como estamos a poluir os pulmões e o resultado aparece a cores e é muito visível”, pelo que é muito fácil sensibilizar as pessoas, diz Filipa Garcez.

No tabaco e no resto. “As pessoas interessam-se em perceber, em aprofundar conhecimentos”, garante.

É por isso que desde que os dois “stands” da Santa Casa abrem portas não param de se juntar pessoas. Para tirar dúvidas sobre os novos sinais na pele, para ver como vão os pulmões, se são fumadores, para ver se ainda podem beber mais uma cerveja. Ou então só mesmo pelo chapéu branco, de abas largas.

/Lusa

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