O primeiro-ministro romeno, Nicolae Ciuca, revelou recentemente aquele que é o novo conselheiro do Governo do país. Chama-se Ion e é uma Inteligência Artificial (IA).
“Olá, vocês deram-me vida e o meu papel agora é representar-vos, como um espelho. O que devo saber sobre a Roménia?”, perguntou o robô na cerimónia de lançamento.
É uma iniciativa inédita do Governo romeno, que elegeu Ion como o seu “novo conselheiro honorário”, esta quarta-feira. O primeiro-ministro romeno mostrou-se otimista com o potencial da tecnologia.
“Tenho a convicção de que o uso da IA não deve ser uma opção, mas uma obrigação para tomar decisões mais bem informadas”, disse Ciuca.
“O Ion fará, através da Inteligência Artificial, o que nenhum humano é capaz: ouvir todos os romenos e representá-los diante do Governo da Roménia”, acrescentou o político.
A Roménia acredita que o bot pode ajudar os ministros a formular novas leis que atendam às preocupações dos eleitores. Um dia, esperam eles, o Ion poderá até propor as suas próprias leis.
O novo conselheiro do Governo romeno é capaz de identificar automaticamente as opiniões de romenos partilhadas em redes sociais ou submetidas através de um portal criado para o propósito.
De acordo com o The Washington Post, a IA sintetiza os pensamentos dos romenos em categorias, prioriza a sua importância e entrega as informações de volta aos governantes.
Nem todos estão tão otimistas. “Os romenos devem ser informados sobre como é que esta ferramenta de IA seleciona publicações importantes e com que critérios. Isso deve ser explicado ao público”, disse Kris Shrishak, do Conselho Irlandês de Liberdades Civis, em entrevista ao jornal norte-americano.
Ainda assim, embora a Roménia seja talvez o primeiro país a ter uma forma física de um bot a servir o seu Executivo, não significa que seja pioneira. Outros países já usam o machine learning para “análise de sentimentos”, diz à VICE o perito em cibersegurança da Universidade de Surrey, Alan Woodward.
Governos de Rússia, China e Irão já o fazem. “Eles estão efetivamente a tentar realizar sondagens pseudo-automatizadas”, explicou Woodward.