“A nossa prioridade não é salvar o planeta”. Congo gera polémica devido a perfuração de petróleo

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Corinne Staley / Flickr

Floresta tropical da Bacia do Congo.

“A nossa prioridade não é salvar o planeta”. Um ministro congolês gera polémica na reação às críticas à perfuração de petróleo no país.

O governo da República Democrática do Congo leiloou uma série de licenças para perfurar poços de petróleo na bacia do Congo. Isto ameaça danificar cerca de 11 milhões de hectares da segunda maior floresta tropical do mundo.

Não são apenas as árvores que podem perder-se na procura por petróleo. Pelo menos três das licenças de petróleo sobrepõem-se a florestas sensíveis de pântanos de turfa, que armazenam ainda mais carbono debaixo do solo do que as árvores acima dele.

Ainda antes da realização do leilão, um importante ministro congolês disse que a “prioridade do país não é salvar o planeta”.

“[Enfrentar a pobreza] é a nossa prioridade”, disse Tosi Mpanu Mpanu, consultor climático do governo, na semana passada. “A nossa prioridade não é salvar o planeta”.

“O lançamento do processo de licitação mostra o nosso desejo de colocar o nosso potencial de recursos a serviço de nosso país”, disse o Presidente do país, Felix Tshisekedi, argumentando que a produção de combustíveis fósseis impulsionaria o desenvolvimento de um dos países mais pobres do mundo.

“Isto ocorre num contexto em que os combustíveis fósseis, incluindo petróleo bruto e gás, estão no centro das questões globais de paz e estabilidade por causa do conflito russo-ucraniano”, acrescentou, citado pela Reuters.

O Ministério dos Hidrocarbonetos afirmou numa declaração que 27 blocos de petróleo e três de gás seriam leiloados, um aumento em relação aos 16 blocos a que o país se comprometeu inicialmente em maio.

Os blocos incluem áreas que chegam ao Parque Nacional de Virunga, um santuário para gorilas de montanha em extinção no leste do Congo.

Uma petição assinada por mais de 100.000 pessoas pedia ao Presidente para pôr fim ao desenvolvimento de novos campos de petróleo e gás no país, de acordo com um comunicado de imprensa da Greenpeace EUA.

Daniel Costa, ZAP //

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1 Comment

  1. Eles , no Congo, querem ser ricos como os chineses como os arabes, como os americanos e querem melhores condições para a sua população. A não ser que os países ricos os ajudem, para dessa forma não destruirem a floresta. Afinal os países ricos já estão perdidos a estão, podem ajudar os outros.

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