Confrontos em Paris em novo protesto dos Coletes Amarelos

Etienne Laurent / EPA

Manifestantes do movimento “coletes amarelos” franceses entraram hoje em confronto com a polícia de choque junto ao Arco do Triunfo, em Paris, no início do seu 18.º fim de semana de manifestações contra o presidente Emmanuel Macron.

Apesar de o número de manifestantes ter diminuído nos últimos fins de semana, os organizadores esperam que os seus mais recentes protestos possam dar nova vida ao movimento que decorre desde há quatro meses contra um presidente visto como favorecedor da classe de elite.

Os manifestantes lançaram bombas de fumo, petardos e outros objetos contra os agentes ao longo da avenida dos Campos Elísios  e começaram a bater nas janelas de uma carrinha da polícia, enquanto outros ergueram barricadas.

O dispositivo da polícia de choque recuou, assim como um canhão de água, com os manifestantes a pontapear a lateral do grande camião. Mais tarde, gás lacrimogéneo e o canhão de água foram usados pelas autoridades numa rua lateral para tentar afastar os manifestantes agrupados entre duas lojas.

Preparando-se para um potencial aumento do número de manifestantes e de violência, a capital francesa distribuiu este sábado mais polícias do que nos fins de semana anteriores. A polícia fechou várias ruas e espalhou-se pela margem direita do rio Sena.

Mais de 100 detidos

A polícia de Paris anunciou que mais de 100 pessoas foram detidas devido aos violentos distúrbios ocorridos durante os protestos dos “coletes amarelos” na capital francesa.

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, que se deslocou aos Campos Elísios para mostrar apoio à polícia antimotim e aos bombeiros, prometeu “punir severamente” os radicais responsáveis pela violência “inaceitável”. Philippe considerou que “os que desculpam ou encorajam” tais atos tornam-se “cúmplices”.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, criticou a ação de “profissionais da desordem” e pediu ao responsável pela polícia para responder “com a maior firmeza”.

Castaner indicou que cerca de 1.500 militantes “ultraviolentos” se infiltraram entre os cerca de 10.000 que se manifestaram em Paris. Segundo as autoridades, 14.500 pessoas manifestavam-se em toda a França às 13:00 TMG (mesma hora em Lisboa).

O número de manifestantes tinha vindo a diminuir nos últimos fins de semana e os organizadores esperavam dar hoje nova vida ao movimento.

As ações de hoje marcam também o fim de um debate nacional organizado por Macron durante dois meses para responder às preocupações dos manifestantes: diminuição do nível de vida, salários estagnados e elevado desemprego.

ZAP // Lusa

 

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