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Condenado por homicídio com provas semeadas pela Polícia vai receber 13 milhões de dólares

O Conselho de Supervisores de San Francisco, nos Estados Unidos (EUA), aprovou na terça-feira uma indemnização de 13,1 milhões de dólares (cerca de 11,5 milhões de euros) a um homem que passou mais de seis na cadeia por um homicídio que não cometeu.

Jamal Trulove foi preso em 2007 pelo assassinato do seu amigo Seu Kuka, baleado num complexo habitacional público em São Francisco. Condenado em 2010 a passar entre 50 anos a prisão perpétua na cadeia, foi absolvido num novo julgamento em 2015.

Em janeiro do ano seguinte, abriu um processo para que o caso fosse investigado. Em abril de 2018, um júri em Oakland (EUA) descobriu que dois agentes da polícia, Maureen D’Amico e Michael Johnson, fabricaram as provas que o incriminaram e não divulgaram material que o inocentavam do crime.

Segundo um dos advogados de defesa de Jamal Trulove, Alex Reisman, a polícia manipulou uma testemunha para o identificar como autor do crime. Em declarações à Associated Press informou que os agentes investigados estão agora reformados e nenhum foi punido pelas suas ações no caso.

Alex Reisman indicou ainda que Jamal Trulove “sofreu muito”, tendo passado anos em prisões de segurança máxima no sul da Califórnia, a centenas de quilómetros de distância da família.

Jamal Trulove, que participou no ‘reality show’ I Love New York 2, estava a apostar na carreira de ator e na música no momento da sua prisão. Este ano, aparece no filme “The Last Black Man in San Francisco”, cujo lançamento está previsto para junho.

Em março, escreveu no Instagram que sofria de stress pós-traumático devido à experiência pela qual passou. “Não há nada que eu possa fazer para compensar o tempo que perdi”, referiu. “Nenhuma quantia de dinheiro poderia reverter o tempo que perdi com meus filhos e o efeito que isso tem trazido ao nosso relacionamento.”

Mais recentemente, um perfil no Twitter que parece ser de Jamal Trulove publicou a seguinte mensagem: “E acredite em mim, eu não terminei com eles, de longe! Depois do que esses covardes da lei fizeram comigo, eu acenderei o meu anel de liberdade através de todas as plataformas para mostrar como a injustiça realmente se parece. Eu!”.

TP, ZAP //

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