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Condenado ex-agente secreto alemão que fingia ser um terrorista

Um tribunal alemão condenou, esta terça-feira, um antigo agente dos serviços secretos alemães a uma pena suspensa de um ano por ter tentado partilhar informação confidencial com grupos radicais salafistas na Internet.

Segundo a Deutsche Welle, o tribunal de Dusseldorf disse que o ex-agente dos serviços secretos (BfV), Roque M., expressou em vários momentos observações militaristas, de extrema-direita e ligadas aos movimentos radicais salafistas nas redes sociais.

Um exemplo disso foi quando se congratulou na Internet com os atentados reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico, em Paris, em novembro de 2016.

O homem de 52 anos, que nasceu em Espanha mas tem nacionalidade alemã, explica que está arrependido e que só fez estas coisas porque se sentia aborrecido.

“Não há ninguém que se arrependa mais disto do que eu”, afirmou, citado pela emissora.

Roque M. começou a trabalhar nos escritórios da BfV em Colónia, em abril de 2016, onde tinha precisamente a tarefa de controlar a atividade online de grupos salafistas.

Em outubro, foi sinalizado pela organização por suspeitas de radicalização. Foi detido em novembro, depois de ter admitido que tinha partilhado informação confidencial sobre as operações da BfV com os radicais a um colega de trabalho infiltrado.

Os investigadores tinham uma forte suspeita de que o ex-agente mantinha contacto com grupos jihadistas na Síria e que os encorajava a realizar um atentado contra o escritório onde trabalhava. No entanto, acabou por se libertado, em julho, porque o tribunal concluiu que não existiam provas claras de que tivesse ligações com estes grupos terroristas.

De acordo com o The Guardian, o ex-agente, pai de quatro filhos e que trabalhou anteriormente como bancário e já foi ator de filmes porno gay, explicou que só fazia estas coisas ao fim-de-semana, quanto tinha de tomar conta do seu filho deficiente.

“Nunca me encontrei com nenhum islamista. Nunca o faria. Isto foi tudo uma espécie de jogo”, disse no julgamento. “Foi algo para fugir à realidade”, acrescentou.

ZAP //

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