O que é que Tutankhamon tinha em comum com a Cleópatra, o Carlos II de Espanha ou a Rainha Vitória? Todos são fruto de relações consanguíneas e sofreram devido a doenças genéticas causadas por um costume que ao longo dos épocas se tem mantido popular entre a realeza.
Os antigos egípcios não eram exceção e Cleópatra é um exemplo famoso. A dinastia Ptolemaica queria que os membros da sua família se casassem entre eles devido à sua crença numa linhagem pura.
De acordo com o Ancient Origins, a tradição era tão abrangente que, enquanto a maioria das pessoas tinha 32 tataravós, Cleópatra tinha apenas quatro. Ela própria casou com dois irmãos mais novos.
Embora Tutankhamon seja um dos faraós mais famosos, os arqueólogos sabiam pouco sobre a sua família, que fez parte da 18ª Dinastia do Novo Reino egípcio. Devido à impopularidade do seu pai, Aquenáton, muito dos dados foram apagados após a morte do rei Tut. A identidade da sua mãe, por exemplo, tinha sido perdida.
Em 2010, mais de 3.000 anos depois, uma tecnologia de análise de ADN e tomografias computadorizadas permitiram identificar as relações familiares entre 11 múmias, incluindo a de Tutankhamon, conhecidas por pertencerem à 18ª Dinastia. Destas, os cientistas apenas tinham identificado três até à data.
Os resultados mostraram que uma das múmia foi identificada como Aquenáton, pai de Tutankhamon. Outra múmia misteriosa, apelidada de “a Jovem Dama” pelos arqueólogos, foi identificada como a mãe do rei Tut.
Ainda mais surpreendente foi o facto de os cientistas terem concluído que ela era irmã de Aquenáton. Isto significava que os pais de Tutankhamon eram irmãos. Fruto dessa relação, o faraó sofria de vários problemas de saúde, incluindo um pé torto, cifoescoliose, fenda palatina, anemia falciforme e tinha a imunidade comprometida.
Os efeitos genéticos da consanguinidade eram desconhecidos durante a sua era e Tutankhamon casou com a sua meia-irmã, Anquesenamon. O rei Tut morreu aos 19 anos, não deixando filhos.