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Companhias aéreas acusadas de somar minutos às viagens para evitar indemnizações

Sean Glossop / wikimedia

Um avião Boeing 737 da Ryanair e um Airbus A320 da Easyjet no aeroport de Bristol

Uma organização de defesa dos consumidores britânica acusa as companhias aéreas de acrescentarem minutos às viagens para evitarem pagar indemnizações.

A Which?, uma associação de defesa dos consumidores britânica, analisou os voos médios para 125 rotas operadas por grandes companhias aéreas em 2009 e comparou com os valores do ano passado. Em 76 rotas, 61% das analisadas, os voos levavam agora mais tempo, pelo menos no papel, avança o Jornal de Notícias.

De acordo com as tabelas das empresas, 87% dos voos da British Airways eram mais lentos e o mesmo cenário verificava-se em 82% dos voos da Ryanair, 75% da Virgin Atlantic e 62% da easyJet.

Rory Boland, editor da Wich? para a área de viagens, afirma que “as companhias são rápidas a dizer que adicionar 10, 20 ou 30 minutos aos voos vai melhorar as chegadas à hora marcada, ainda que a descida na pontualidade sugira que tal não aconteceu.

“Voos marcados com mais minutos significa que os passageiros vão estar mais tempo sentados junto à porta de embarque ou no avião, apenas para que a companhia possa dizer que é pontual“, aponta.

Além disso, o responsável explica que aumentar minutos ao tempo de voo ajuda a que sejam pagas menos indemnizações por atrasos. Segundo a lei europeia, os clientes têm direito a compensações caso o voo chegue com mais de três horas de atraso, mas, segundo Boland, o que as companhias aéreas estão a fazer é atirar areia para os olhos dos clientes.

O professor de gestão de transportes aéreos na Universidade de Cranfield, Keith Mason, explica, porém, que é habitual as companhias aéreas darem algum “espaço de manobra” quando marcam os voos, isto porque qualquer atraso pode criar uma reação em cadeia, com os atrasos a alastrarem-se aos restantes voos do dia.

À associação, um representante da British Airways diz que há também razões legítimas para as demoras, como um espaço aéreo mais congestionado ou aeroportos mais cheios. Além disso, as companhias aéreas defendem-se ainda com o facto de estarem a voar a velocidades um pouco mais baixas, para tornar o consumo de combustível mais eficiente.

ZAP //

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