Como serão as plantas alienígenas? Uma pista: não são verdes

Já se sabe o suficiente para especular como serão as plantas extraterrestres: totalmente diferentes da flora da Terra, diz um novo estudo.

A possibilidade da existência de plantas extraterrestres em exoplanetas a orbitar estrelas anãs vermelhas tem despertado cada vez mais a curiosidade da comunidade científica.

Recentemente, uma equipa de investigadores da Universidade de Londres sugeriu que a vida nesses planetas poderia ser drasticamente diferente daquela a que estamos habituados aqui na Terra, em estudo publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, segundo o Wired.

As estrelas anãs vermelhas, mais ténues e emissoras de uma luz mais avermelhada do que o nosso sol, constituem a maioria das estrelas da Via Láctea. Dado que a maioria dos exoplanetas rochosos descobertos até agora orbita essas estrelas, levantam-se questões sobre se a fotossíntese poderia ocorrer sob a sua luz mais fraca.

E a resposta da equipa do físico Thomas Haworth é um “sim, às vezes” algo cauteloso, o que indica que essas condições não são necessariamente proibitivas para a vida, embora esta se tenha adaptado a diferentes condições de luz.

No caso das plantas terrestres, estas dependem da clorofila para converter a luz solar e dióxido de carbono em energia e oxigénio. A clorofila absorve luz na parte do espetro que vai do violeta-azul ao laranja-vermelho, mas não nos comprimentos de onda mais avermelhados além dos 700 nanómetros (nm). São precisamente esses os comprimentos de onda avermelhados emitidos pelas estrelas anãs vermelhas, que constituem um potencial problema para a fotossíntese.

No entanto, os investigadores do estudo sugerem que, embora a fotossíntese possa ser desafiante sob essas condições, organismos extraterrestres poderiam adaptar-se a luz fraca mais avermelhada do que 700 nm, caso tivessem antenas de captação de luz altamente eficientes.

Diferentes espécies terrestres, como micróbios subterrâneos e bactérias roxas, já existem e realizam fotossíntese sem oxigénio ou luz solar, dependendo de outros pigmentos e gases. Estes organismos utilizam a luz infravermelha para energia, uma gama bem dentro daquilo que as estrelas anãs vermelhas emitem.

Partindo deste facto, a equipa especula que, em exoplanetas, poderiam existir comunidades inteiras de tais bactérias a evoluir para plantas com um aspeto totalmente diferente da flora da Terra. Nesses planetas, as plantas seriam roxas, vermelhas ou cor-de-laranja.

Detetar sinais de vida em mundos tão distantes continua a ser uma tarefa complexa. Assinaturas químicas como dióxido de carbono e metano têm a capacidade de nos “apontar” para a vida, embora também possam ser produzidas por fontes não biológicas.

A NASA teve uma ideia para o fazer em julho de 2022 —  lançar vários pequenos cube-sats (classe de naves espaciais de investigação chamada nanosatélites) e depois auto-montagem  na viagem de 25 anos até ao ponto da lente gravitacional solar.

ZAP //

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