Já sabemos como é que os mosquitos nos encontram

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Mosquitos utilizam infravermelho para rastrear humanos, revela novo estudo. Neurónios especializados em deteção de calor, localizados nas pontas das antenas, são os responsáveis por nos encontrar rapidamente.

Já sabemos como é que os insetos, famosos por espalhar doenças mortais com mordidas, nos encontram tão facilmente.

Uma pesquisa recente revelou que os mosquitos, mais especificamente a espécie Aedes aegypti, usam radiação infravermelha (IR) para localizar seres humanos.

Os mosquitos não são apenas um incómodo; são os animais mais mortais da Terra devido ao seu papel na transmissão de doenças como malária, dengue, febre amarela e Zika.

Só o Aedes aegypti é responsável por mais de 100 milhões de casos dessas doenças anualmente, segundo o Futurity, enquanto o Anopheles gambiae é o principal vetor da malária, que causa mais de 400.000 mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

As fêmeas dos mosquitos precisam de sangue para o desenvolvimento dos ovos, o que impulsiona sua busca incessante por seres humanos. Os investigadores sabem, há muito tempo, que os mosquitos dependem de várias pistas sensoriais para encontrar os hospedeiros, incluindo o dióxido de carbono (CO2) da respiração exalada, o odor corporal e o calor.

No entanto, o novo estudo abre uma nova porta ao revelar que os mosquitos também detetam radiação infravermelha, o que aumenta significativamente sua capacidade de localizar humanos.

Como funciona a deteção de infravermelhos?

O estudo, publicado na revista Nature, concluiu que quando a radiação infravermelha de uma fonte à temperatura da pele humana é combinada com CO2 e odor humano, o comportamento de busca de hospedeiros dos mosquitos duplicou, o que indica que a deteção de infravermelho é um fator essencial para a capacidade dos mosquitos de se aproximarem dos seres humanos.

Os investigadores descobriram que os mosquitos detetam o infravermelho através de neurónios especializados em deteção de calor localizados nas pontas das antenas. Esses neurónios contêm uma proteína sensível à temperatura chamada TRPA1, que é ativada quando a radiação infravermelha aquece o tecido ao redor.

Além disso, determinadas proteínas de rodopsina nas antenas contribuem para essa sensibilidade ao infravermelho, principalmente em distâncias maiores.

Entender como os mosquitos usam o infravermelho para localizar os seres humanos abre novos caminhos para o controlo das populações de mosquitos e prevenção da transmissão de doenças.

Por exemplo, a incorporação de fontes de infravermelho em armadilhas para mosquitos poderia torná-las mais eficazes. As descobertas também sugerem que roupas largas, que permitem que a radiação infravermelha se dissipe antes que os mosquitos possam detetá-la, podem oferecer melhor proteção contra picadas.

ZAP //

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