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Como é que as pessoas se limpavam antes do sabão?

ZAP // DALLE-2

Antes da invenção do sabão moderno, a higiene humana estava, essencialmente, dependente da água. Apesar disso, algumas civilizações usavam produtos surpreendentes para completar os seus hábitos de asseio.

Pessoas mal-cheirosas sempre existiram. No tempo antigo, ainda mais.

As plantas, a bílis animal, os óleos e os esfoliantes, como a areia e as cinzas de madeira foram os primeiros produtos de limpeza.

Afinal, quando é que apareceu o sabão? Como explicou o historiador químico Seth Rasmussen à Live Science, as formas antigas de sabão são difíceis de rastrear para os historiadores devido a um grande obstáculo: “O sabão degrada-se”.

“Podemos usar a datação química e a arqueologia, mas isso exige que as amostras tenham sobrevivido desde a altura em que foram produzidas até agora”, acrescentou o especialista da Universidade Estadual do Dakota do Norte.

Ainda assim, os primeiros registos escritos de substâncias semelhantes ao sabão datam de cerca de 2500 a.C. na Mesopotâmia.

As tabuletas de argila mencionam apenas a água e o carbonato de sódio – um sal em pó proveniente de cinzas de plantas – para limpeza.

Centenas de anos mais tarde, o Império Acádio, na região da Mesopotâmia, utilizava já uma mistura de plantas – como a tamareira, a pinha e uma planta arbustiva chamada tamargueira – para fazer de sabão.

Com o tempo, a Babilónia e o Egito antigo também desenvolveram métodos para produzir sabão, como a combinação de gorduras animais com cinzas em altas temperaturas.

Kristine Konkol, química da Universidade Estadual de Albany, disse à Live Science, que os antigos, provavelmente, descobriram essas técnicas sem querer.

“Limpar uma panela gordurosa com cinzas de plantas em lume forte produzia sabão, por exemplo, tal como ferver gorduras animais com cinzas de madeira.

Outros ingredientes documentados são natrão, argila e pedra-sabão à base talco – usados, por exemplo, nos banhos e até na preservação de corpos.

Por seu turno, os gregos e romanos untavam-se com azeite perfumado seguido pelo uso de uma ferramenta curva chamada strigil para raspar a sujidade. Se, por um lado, os óleos serviam mais como perfumantes; o strigil era visto como o verdadeiro “agente de limpeza”.

Guerras trouxeram higiene

Até o século XVIII, a utilização de sabão para a limpeza corporal não era uma prática comum no mundo ocidental.

A produção de sabão era principalmente industrial, destinada à limpeza de têxteis.

A mudança para o uso generalizado do sabão ocorreu mais tarde, com a disponibilidade de gorduras baratas, a industrialização da produção de sabão, e uma maior consciência da importância da limpeza para a saúde pública.

Como nota a Live Science, estas práticas foram impulsionadas pelas condições que se viveram nas guerras e pelas necessidades de esterilização em hospitais.

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