Os Estados Unidos piscam o olho a Angola com vista ao desenvolvimento de parcerias na área dos minerais críticos. Os norte-americanos dizem precisar dos minerais angolanos para cumprir as metas climáticas.
Os EUA querem desenvolver parcerias com Angola na setor dos minerais críticos, focadas numa regulamentação mais atrativa para os investidores, apoio à pesquisa e financiamento à exploração.
Em declarações à agência Lusa, o secretário adjunto norte-americano de Recursos Energéticos, Geoffrey Pyatt disse que, no caso dos minerais, os EUA vão avançar com um programa de assistência técnica, para ajudar a Angola a melhorar a pesquisa dos recursos minerais e a ser mais atrativo para os investidores.
Geoffrey Pyatt pretende falar com os governantes angolanos sobre a Parceria para a Segurança dos Minerais, que junta 14 países e a União Europeia para catalisar o investimento público e privado para cadeias de abastecimento responsáveis de minerais críticos a nível mundial.
O objetivo é “ajudar a promover o diálogo e contactos entre os países produtores e os países que, potencialmente, podem comprar essa produção de minerais críticos e apoia os investimentos avultados” que são necessários.
Uma espécie de “ajudo-vos ajudando-me”
“Temos de aumentar massivamente esses volumes de grafite, de cobre, cobalto, lítio, níquel, zinco, precisamos de muito mais destes minerais para cumprir as metas climáticas“, declarou à Lusa.
“Por isso queremos ajudar Angola a identificar os seus recursos, mas também a desenvolver um quadro que assegure que os benefícios desses recursos ficam em Angola”, acrescentou.
Questionado sobre as vantagens norte-americanas perante outros países que estão também na corrida aos minerais, salientou que os EUA têm uma oferta melhor em termo de padrões ambientais, sociais e de governação, e no que diz respeito à mobilização de capital, com empresas disponíveis para financiar o desenvolvimento destes recursos.
Futuro dos minerais críticos faz-se em Angola
Na sessão de abertura, Geoffrey Pyatt reconheceu Angola como um país que é um importante fornecedor de energia tradicional e que é um líder em ascensão em matérias de transição energética.
Este diálogo, que não acontecia há oito anos, surge numa altura em que o mundo da energia é “muito diferente de (…) 2016”, continuou, salientando a grande aposta da administração Biden na relação EUA-Angola, que culminou com um encontro entre os dois chefes de Estado na Casa Branca.
No que diz respeito às questões em torno dos minerais críticos e recursos energéticos sublinhou que “o mundo estará a comercializar muito menos petróleo fosseis até 2050”, havendo por outro lado, “um enorme aumento no volume de comércio de cobre, lítio, níquel, zinco, terras raras, cobalto – todos os componentes-chave de uma economia de energia sustentável”.
“Estamos muito, muito entusiasmados que a (…) equipa no Gabinete de Energia do Departamento de Estado esteja a lançar um programa de cooperação técnica com o MINREMPET, visando desenvolver as estruturas regulatórias e políticas para ajudar Angola a atrair investimentos”, destacou.
Mostrou-se também entusiasmado com o potencial “para Angola desempenhar um papel muito maior na cadeia de abastecimentos de energia e minerais global, mas também para desenvolver os recursos e a capacidade de processamento desses minerais, porque o mundo precisará de um fornecimento muito maior dessas “commodities” [para] alimentar uma economia eletrificada”.
ZAP // Lusa