Organismo adiantou que a maioria das denúncias são feitas por homens, havendo ainda vítimas nascidas em 2009.
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa recebeu ao longo dos últimos três meses 290 denúncias. O anúncio foi feito esta manhã, numa conferência de imprensa em que estiveram presentes Pedro Strecht, médico, e Ana Nunes de Almeida, socióloga — os dois principais rostos da estrutura criada por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa.
Entre as vítimas estão homens e mulheres, entre os 13 e os 88 anos, ou seja, nascidos entre 1934 e 2009. De acordo com as informações reveladas, existem mais vítimas do sexo masculino, sendo que as denúncias proveem de todas as regiões do país e os seus autores têm vários níveis de instrução.
“Encontrámos todas as modalidades de abuso que contemplávamos no guião do inquérito, desde a exibição, manipulação, penetração, recolha de imagens do corpo, isoladamente ou em situação de abuso, envio de mensagens escritas por telemóvel”, descreveu Ana Nunes de Almeida, citado pela Renascença.
Álvaro Laborinho Lúcio, juiz jubilado que integra a comissão, revelou que 16 casos de abuso foram encaminhados para o Ministério Público. Já Pedro Strecht, coordenador da comissão, mais de metade dos casos revelam um número possível ou altamente provável de muito mais vítimas. “Todos os casos estão a ser avaliados individualmente parar triar casos que possam ser investigados pelas autoridades civis, em articulação com o Ministério público.
Durante a conferência de imprensa, Ana Nunes Almeida adiantou ainda que a comissão solicitou entrevistas a 21 bispos portugueses, apesar de apenas 12 terem aceitado dá-las com os especialistas. Cinco não deram qualquer resposta.