Comissão denuncia que há doentes a passar fome no Hospital de Aveiro

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A Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro denuncia que há “problemas graves na alimentação e higiene dos doentes” dos serviços de internamento do Centro Hospitalar do Baixo-Vouga, fruto da falta de assistentes operacionais.

O alerta feito pela Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro (CUSA), através de um comunicado citado pelo jornal Notícias de Aveiro, já mereceu a “surpresa” da administração do Centro Hospitalar do Baixo-Vouga (CHBV) que refuta as alegações.

A CUSA fala em “problemas graves na alimentação e higiene dos doentes internados no CHBV“, considerando que o número de assistentes operacionais em cada serviço “não é suficiente para alimentar os doentes que necessitam de ajuda antes que a empresa de catering venha recolher o carrinho com os tabuleiros à hora definida”. Assim, constata que há alguns que ficam “com fome”.

Os serviços mais afectados serão os de cirurgia, ortopedia e medicina interna, onde os doentes estão mais dependentes de ajuda. A CUSA refere que em cirurgia e ortopedia, cada assistente tem ao seu cuidado, em média, 14 doentes no turno da manhã e 28 nos turnos da tarde e da noite.

“Esta situação é um atentado não só à dignidade dos doentes, mas também à qualidade dos cuidados de saúde”, afiança a Comissão, realçando que “a falta de recursos humanos aumenta o risco de infecções hospitalares, muitas vezes fatais, e com agravamento dos custos inerentes aos cuidados de saúde”.

Em reacção a estas denúncias, a administração do CHBV mostra “surpresa”, numa nota publicada pelo Notícias de Aveiro, sublinhando que não há “nenhuma reclamação registada”, “nem relatos de situações similares à descrita, apresentados pelos doentes ou pelos seus familiares”, durante o ano de 2016.

Os responsáveis do Centro Hospitalar assumem contudo, que os assistentes operacionais “não existem em número ideal”, embora frisando que “cumprem, com profissionalismo e empenho as suas funções” e que são auxiliados por 125 voluntários.

Assim, a administração do CHBV rejeita “categoricamente” as alegações dos representantes dos utentes e lamenta que estes tragam “para a praça pública situações que geram desconfiança e insegurança na população, sem primeiro as expor no local próprio”, isto é, nos órgãos internos competentes.

ZAP

4 Comments

  1. Por vezes não é tanto a falta de pessoal é mais a falta de organização e de vontade de trabalhar, horas a fio de espera nas urgências com médicos a passearem-se nos corredores ou noutro local, será mais uma falta de civismo do que outra coisa e isso acontece por esses hospitais fora, doentes que chegam a uma urgência de um hospital com sintomas claríssimos de um AVC e está horas numa maca à espera de assistência até sofrer novo ataque, de que é que se trata quanto mais ainda é transferido para outro hospital e o médico que o assiste afirma ter ele sido mal assistido no hospital anterior?

  2. O(A) comentador(a) “VERGONHA” tem toda a razão no que escreveu no seu comentário. Mas o que me deixa mais boquiaberta é a notícia que diz que doentes do hosp. de Aveiro estão a passar fome. Então e agora a geringonça não diz nada, não grita, não aparece? E segundo o governo, agora está tudo bem na SAÚDE… antes estava tudo mal, havia censura todos os dias e sempre por negligência médica, que era coisa que o governo não podia evitar… podia castigar, mas dp de as coisas acontecerem já não as podia evitar. E agora os doentes passam fome? Mas não colocaram mais dinheiro no orçamento para a saúde? Sim… pq antes se as coisas estavam mal e agora está tudo bem, de onde veio esse dinheiro? E pq os doentes passam fome? Nunca ninguém se queixou que passava fome num hospital. Aliás, eu já estive internada várias vezes e vejo sempre os pratos voltarem para trás quase intactos, até pq fornecem 5 a 6 refeições por dia, dependendo da necessidade. 5 para quem não é diabético e 6 para os diabéticos que comem um iogurte a meio da manhã. Essa agora!!! Fome num hospital? Essa é nova…

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