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Cometa 67P mudou de cor quando se aproximou do Sol

Rosetta / ESA

Cometa 67P

O cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko mudou de cor ao aproximar-se do Sol, revelaram cientistas num novo estudo publicado na revista Nature.

Graças aos dados produzidos pela sonda espacial Rosetta, uma equipa de cientistas europeus conseguiu detalhar como o núcleo do cometa 67P pareceu ter mudado de vermelho para azul quando entrou numa órbita próxima ao Sol, avança o IFLScience.

De acordo com a sua análise, publicada na revista Nature, tudo se resumiu à quantidade de gelo ou poeira apresentada no cometa e à volta dele. As cores parecem mais avermelhadas quando há mais moléculas orgânicas ricas em carbono, mas parecem mais azuladas se houver níveis mais altos de gelo, rico em silicato de magnésio.

Em agosto de 2014, nos primeiros dias da missão Rosetta, o núcleo do cometa estava relativamente longe do Sol e coberto de camadas de poeira e um pouco de gelo. Isso fez com que parecesse vermelho, cercado por uma névoa azul gelada (coma cometária) quando analisado com o VIRTIS (Visible and Infrared Thermal Imaging Spectrometer).

Ao aproximar-se do Sol, o cometa atravessou uma fronteira chamada linha do gelo, aquecendo o gelo e transformando-o em gás, um processo chamado sublimação. Porém, a sublimação do gelo também expulsou os grãos de poeira da superfície, revelando camadas de gelo fresco. Foi isso que fez o núcleo ficar mais azul quando foi visto pelo VIRTIS.

(dr) ESA

Ilustração que mostra como o cometa 67P mudou de cor perto do Sol

Depois de o cometa ter dado a volta ao Sol e iniciado o seu caminho de volta ao Espaço profundo, voltou a ter a sua aparência anterior, com o seu núcleo a ficar novamente mais avermelhado e a coma cometária mais azulada.

De acordo com o IFLScience, ainda há muitas coisas que não sabemos sobre cometas, apesar do grande trabalho da sonda espacial, que terminou em setembro de 2016. Mas os cientistas estão entusiasmados.

“Vêm aí mais resultados emocionantes. A recolha de dados pode ter terminado, mas a análise e os resultados vão continuar durante vários anos, aumentando o rico legado de conhecimento cometário fornecido pela Rosetta”, afirmou em comunicado Matt Taylor, cientista da Agência Espacial Europeia (ESA).

ZAP //

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