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Começou a corrida ao “petróleo branco” (e Portugal é uma potência mundial)

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(dr) Dakota Minerals

Empresa australiana Dakota Minerals faz prospecção de lítio em Portugal.

Empresa australiana Dakota Minerals faz prospecção de lítio em Portugal.

Portugal está entre os dez maiores produtores mundiais do chamado “petróleo branco”, o lítio, cujo valor económico vem sendo incrementado pela emergência dos carros eléctricos, e já há vários pedidos para exploração deste mineral no nosso país.

O jornal Público dá conta de 30 requerimentos endereçados ao Governo para exploração do lítio, mas esse número aumenta para 46 pedidos, contando com a prospecção e pesquisa do mineral que pode ser usado para a produção de baterias para carros eléctricos e para telemóveis.

Estamos a falar de um investimento global previsível da ordem dos 3,8 milhões de euros, conforme dados do Expresso, que ilustra bem o interesse que as empresas estrangeiras têm neste metal que é visto como o “petróleo branco”, pelo seu potencial económico e como alternativa amiga do ambiente.

Portugal é rico em lítio desde o Alto Minho à Beira Baixa, passando por Trás-os-Montes, onde a empresa australiana Dakota Minerals já procede a trabalhos de extracção.

Há também um movimento que procura convencer a Tesla a instalar-se em Portugal, um cenário que se vier a consumar-se pode dar um empurrão decisivo ao negócio do lítio no país, uma vez que estamos a falar de um dos principais fabricantes de veículos eléctricos do mundo.

Técnicos aconselham Governo a apostar no lítio

O Grupo de Trabalho “Lítio” (GT), constituído em Dezembro para avaliar a possibilidade de produção em Portugal, propõe ao Governo um programa de fomento mineiro que teste tecnologia e demonstre o potencial industrial deste metal, financiado por programas financeiros como o COMPETE ou outros.

De acordo com o relatório a que a Lusa teve acesso, o GT defende além da avaliação dos recursos minerais litiníferos do país, a implementação de uma unidade experimental minero-metalúrgica com o objectivo de desenvolver conhecimento e testar tecnologias para toda a cadeia de valorização destes recursos, que deverão ter um aumento “exponencial” com o crescimento da mobilidade eléctrica.

O grupo também refere a importância da constituição de uma unidade piloto de demonstração industrial para perceber a viabilidade económica da cadeia de valor e não se limitar à prospecção e exploração de lítio, mas à sua utilização, o que, se os resultados económicos forem promissores, “evoluirá para uma fase de investimento industrial”.

O relatório técnico foi solicitado em 2016 pelo secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, contando com a avaliação dos organismos públicos que intervêm no sector mineiro, designadamente a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), a Assimagra – Recursos Minerais e a Associação Nacional das Indústrias Extractivas e Transformadoras (ANIET).

As conclusões retiradas deixam antever que “Portugal pode assumir, nas próximas décadas, um papel de destaque no panorama mundial de produção de lítio“, conforme aponta o Público.

Este diário atesta que Portugal é considerado “uma potência” neste domínio, integrando “o top dez dos maiores produtores mundiais de lítio“, lista que é dominada por Chile, Austrália, Argentina e China.

O grande desafio do país, considerando ainda que a extracção de lítio como a que se faz em Portugal é mais cara, é definir um processo que rentabilize a transformação do lítio, permitindo a pureza de 99,5% que é necessária para a construção de baterias de veículos eléctricos, conforme sustenta o Público.

  ZAP // Lusa

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