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Taxa de carbono nos combustíveis pode subir 5 cêntimos — o maior aumento desde 2016

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Marcelo Camargo / ABr

A subida da taxa de carbono pode levar a um aumento de quatro cêntimos na gasolina e cinco cêntimos no gasóleo. Será o maior agravamento fiscal desde 2016.

Mesmo que o imposto sobre os produtos petrolíferos não aumente no próximo ano, a carga fiscal sobre os combustíveis vai conhecer um agravamento significativo em 2022, avança o Observador. A taxa de carbono vai subir, o que poderá representar mais quatro a cinco cêntimos por litro na gasolina e no gasóleo.

O líder do Governo frisou que “é preciso de uma vez por todas os responsáveis políticos deixarem de ter dois discursos e deixarem de se fazer de sonsos perante a opinião pública”.

“A emergência climática é todos os dias e exige uma taxa de carbono. Essa taxa vai continuar a aumentar e é uma medida correta não dar o menor contributo para baixar a fiscalidade sobre os combustíveis carbonizados”, disse António Costa no debate parlamentar desta quinta-feira.

A escalada das cotações do mercado de carbono faz não só aumentar o preço dos combustíveis, mas também resultou no aumento do preço da eletricidade.

Tudo isto acontece devido a uma lei aprovada pelo Governo do PSD/CDS que introduziu uma taxa adicional nos combustíveis para refletir os impactos das emissões de CO2.

De acordo com dados fornecidos ao Observador pela Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas (APETRO), o preço médio das licenças de emissão de CO2 aumentou 79% num ano — passou de 24€/ton para 43 €/ton. Isto antecipa uma variação semelhante da taxa de carbono para 2022.

Feitas as contas, isto deverá resultar num aumento de quatro cêntimos por litro na gasolina e de cinco cêntimos por litro no gasóleo. A taxa passaria de quatro para 9,7 cêntimos na gasolina e de seis para quase 11 cêntimos por litro no gasóleo.

A confirmar-se a subida dos preços, este será o maior agravamento fiscal sobre os combustíveis desde 2016, conclui o Observador.

No debate de quinta-feira, a deputada do CDS Cecília Meireles desafiou António Costa a eliminar o aumento do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) que o atual primeiro-ministro promoveu em 2016, quando assumiu o Governo.

“Está disposto a reverter o adicional ao ISP do gasóleo e gasolina?”, perguntou a deputada centrista. Em resposta, Costa disse que este Governo não mudou nada na lei do adicional ao ISP.

A deputada não se conformou e ripostou: “Prometeu que baixava logo que o petróleo voltasse a baixar. Cumpra o que prometeu”. Cecília Meireles lembrou ainda que a portaria que criou o adicional ao ISP de seis cêntimos é de 2016, já com o Governo PS.

ZAP //

3 Comments

  1. Pois, diz-se que o Costa, AKA Sr. Adicional, só anda de avião elétrico, isto porque não se pode a uns dias da semana defender um mundo com menos carbono e noutros dias da semana ir de Lisboa ao Porto de avião movido a combustíveis convencionais, apenas para inaugurar uma exposição em Serralves…
    O avião eléctrico que o Sr. Adicional usa deveria ser o único meio de transporte permitido para todos os portugueses.

  2. Somos massacrados com a maior carga fiscal de que há memória.
    Ainda bem que não vivemos em austeridade (dizem…), pois nem quero imaginar como seria se assim não fosse!
    No meu caso, nunca me senti tão pobre como agora! O meu rendimento está praticamente encostado ao salário mínimo, com habitação própria já nem me atrevo a sonhar, e quando pego no carro para poder trabalhar fico sempre a pensar se vou ganhar ou perder dinheiro, tal é o preço dos combustíveis.
    Miséria de país que temos!

  3. Chorar não adianta. Os portugueses têm que se unir de uma x por todas e lutar pelos nossos interesses. Portugal não pode ser só futebol e concertos de verão……
    Há que ir para a luta . Boicote aos combustíveis.
    Ninguém abastece 1 semana se for preciso.
    Utilizamos transportes públicos bicicleta trotinetes o que for preciso para parar de encher os bolsos de uns enquanto o nosso bolso anda constantemente roto e sem dinheiro.

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