Um estudo da Infraestruturas de Portugal estima em 253 milhões de euros o investimento necessário para reduzir em meia hora o tempo de viagem entre Lisboa e Faro. Um valor que pode ser de 160 milhões para ganhar 20 minutos no mesmo percurso, ou de apenas 75 milhões para obter uma redução de 10 minutos.
O mesmo documento, a que o Público teve acesso, contempla ainda mais dois cenários, que passam pela construção de uma linha nova entre Funcheira e Loulé, que poderia custar entre 451 a 504 milhões de euros e que traria reduções de tempos de viagem entre 35 a 40 minutos.
Segundo o Público, a abordagem feita neste estudo exploratório, que data de 2017, é pragmática. Até Torre Vã (concelho de Ourique), a linha do Sul está modernizada e preparada para velocidades de 220 km/hora, mas dali até ao Algarve o traçado é praticamente o mesmo desde os finais do século XIX, o que impõe limitações à velocidade dos comboios.
“Estas restrições decorrem da orografia do terreno na zona do atravessamento da serra algarvia e das restrições aquando da construção que ditaram um traçado ajustado ao terreno, sem grandes obras de arte e túneis”, lê-se no documento.
Basta referir que nos 150 quilómetros entre Torre Vã e Tunes, 65% do traçado desenvolve-se em curva e 35% em reta, razão pela qual em 57% desse troço os comboios estão limitados à velocidade máxima de 90 km/hora.
Quem viaja no Alfa Pendular entre Lisboa e o Algarve sente claramente essa diferença. Em pleno Alentejo, o comboio chega aos 220 km/hora, mas depois arrasta-se pelas curvas da serra algarvia até chegar a Tunes. Daí a Faro ainda acelera até aos 140 km/hora, mas apenas num curto troço.
O estudo da IP pretende subir as velocidades até 200 km/hora na parte onde a orografia é mais fácil e o investimento reduzido, ou seja, até ao sopé da serra.
Depois da serra, o troço algarvio entre Tunes e Faro apresenta-se mais fácil de modernizar e de obter ganhos de velocidade porque a orografia é mais simples. No documento são propostas três variantes: uma entre Tunes e Ferreira, e duas na zona de Boliqueime.
O objetivo é, com um investimento relativamente reduzido, aumentar as velocidades de 120 e 140 km/hora para 160 e 200 km/hora, no que se traduzirá em importantes reduções de trajeto para os comboios de longo curso.
Esta intervenção no troço central da linha do Algarve teria também efeitos benéficos em todo o corredor, uma vez que “o tempo de viagem entre Lagos e Vila Real de Santo António é atualmente é de 2h50 a 3h10, e poderá ser reduzido para 2h05 a 2h20, valor esse que ainda será menor caso existam serviços do tipo Intercidades (…) que resultariam em tempos de viagem de Barlavento a Sotavento de cerca de 1h50”.
O estudo alerta também para “o tempo perdido entre Sete Rios e Pragal decorrente da prioridade dos serviços da Fertagus que resultam no não aproveitamento das velocidades máximas em vigor, por necessidade de cantonamento atrás dos suburbanos, que conduzem frequentemente a perdas de tempo que chegam a atingir os 10 minutos”.
A modernização da linha do Sul é um dos projetos do PNI – Programa Nacional de Investimentos 2030 que está agora a ser estudado pela IP, no qual este documento constitui uma base de trabalho.
Em menos de trinta minutos, ou reduçao de trinta minutos?
Titulo chamativo, ou português deficitário?
Ó ZAP… o amigo Capeta tem razão! O investimento permite diminuir 30 minutos ao tempo atual!
É para a malta alfacinha se despachar nas férias para cima e para baixo. Porque os portugueses de segunda, os do Algarve, esperam e desesperam por linhas, horários e comboios de jeito para fazer a sua vida do dia a dia. O tempo acumulado para esses é de décadas. Para cima e não para baixo. Claro.
Como já dizia o outro e cada vez mais é verdade, Lisboa é Portugal e o resto é paisagem… e quanto mais depressa passares pela paisagem, melhor! Para o alfacinha. Claro.