CMVM pede explicações ao Novo Banco sobre fundos que causaram perdas de €300 milhões

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pediu ao Novo Banco que divulgasse publicamente dados sobre a avaliação dos seis fundos de reestruturação em que participa, que em 2020 causaram perdas de 300 milhões de euros.

Segundo explicou esta segunda-feira o Expresso, os fundos de reestruturação são ativos geridos por sociedades independentes, para onde os bancos transferiram créditos e imóveis problemáticos, ficando como donos de parte dos fundos.

Apesar de normalmente serem as sociedades gestoras a dar as cotações dos fundos aos bancos, em 2020 o Lone Star pediu uma avaliação independente. A cotação desses ativos do banco, anteriormente avaliados em perto de 800 milhões de euros, passaram a ter um justo-valor de 498 milhões, levando às perdas de 300 milhões.

No relatório e contas relativas a 2020, o banco falava em “pressupostos para a valorização dos ativos englobados nos fundos” e no desconto do valor com base “em parâmetros equiparados em fundos cotados e uma apreciação sobre a potencial evolução do fundo”, pormenores que a CMVM pediu que fossem tornados públicos.

O banco explicou, também a pedido da CMVM, que contou com descontos de entre 10% e 15% face a outros fundos do sector para o cálculo do valor dos fundos de reestruturação.

Com o contributo negativo de 300 milhões de euros, os fundos de reestruturação pesaram nos prejuízos de 1329 milhões de euros em 2020 e tiveram contribuíram para a solicitação de cerca de 600 milhões de euros ao Fundo de Resolução – valor reduzido para 429 milhões e que estará a entrar em breve no Novo Banco.

Taísa Pagno //

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