Clima: Portugal parece Norte de África

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Salas / EPA

Dos 10 anos mais secos em Portugal, seis ocorreram desde 2000. Situação crítica agrava-se com o segundo ano mais seco em quase um século.

O clima de Portugal Continental está cada vez mais próximo do clima que se verifica no Norte de África, avisa o Jornal de Notícias.

Na edição deste sábado, o jornal faz as contas: entre os 10 anos mais quentes de sempre (ou desde que há registos) em Portugal, cinco ocorreram já desde 2000.

E entre os 10 anos mais secos de sempre no país, seis deles também se verificaram neste século.

Ainda há poucos dias houve termómetros a chegar ou a ultrapassar os 40 graus, mas ao mesmo tempo vão aparecendo dias de chuva e granizo, trovoadas, além das poeiras que vêm precisamente do Norte de África.

A situação crítica prolonga-se para 2022: o ano hidrológico actual, que começou em Outubro do ano passado e terminou no mês passado, foi o segundo mais seco desde 1931.

Ao longo destes oito meses, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a precipitação registada foi metade do que seria habitual.

Maio de 2022 foi mês de recordes, por maus motivos: o Maio mais quente de sempre, com uma anomalia da temperatura média do ar de mais 3,47ºC, e precipitação de 13%.

Outubro, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro também entraram nos registos, ou por serem extremamente secos ou quentes

“O que antes era uma situação excepcional que se resolvia com medidas excepcionais, hoje em dia é uma nova realidade, com secas quase todos os anos“, alertou Joaquim Poças Martins, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

ZAP //

4 Comments

  1. Já não percebo nada. Então mas as alterações climáticas não eram um embuste e uma teoria da conspiração?

    Pelos vistos não…. Ou agora vão dizer que são os Chineses e o 5G?

  2. Será por o clima de Portugal se paracer com o do norte de África que andam a plantar Haxixe com fartura no Algarve? Daqui a pouco não há água para os abacates e vá de plantar droga…

  3. O Miguel Queiroz quis ser simpático ao dizer que «já não percebe nada…». Mas ele sabe, como os que sabem, que o problema é demasiado sério e grave.
    Portugal vai ser, aliás já está a ser, dos primeiros países europeus a sofrer as consequências dos crimes de uns e do descuido dos restantes. E o “deixa andar” dos que pensam que o que aí vem já não é para eles, para nós velhos, vai-lhes sair muito caro.
    Incomoda-nos ouvis falar do assunto, quanto mais abordá-lo, argumentando, com o mais desprezível egoísmo, que o problema já não será para nós, esquecendo-nos de que os nossos filhos, netos, bisnetos e por aí adiante são a continuação de nós mesmos.
    E a Terra aquece. Os oceanos, não só pela fusão do gelo dos glaciares e de outras zonas, mas também pelo aquecimento das suas águas que deste modo absorvem menos calor, deixando-o no ar, já estão a engolir os países costeiros. A falta de gelo nos polos não permite que os raios solares sejam reflectidos para o espaço, ficando o corresponde calor cá na Terra a aquecê-la ainda mais. A água começa a faltar visivelmente. As tempestades, cada vez mais frequentes, não só inundam populações, como causam avalanches e destroem solos agrícolas. Os incêndios são cada vez mais destruidores. Os gases de efeito de estufa, que todos os dias lançamos para a atmosfera aos milhões de toneladas, já não são suficientemente “capturados” pela arborização que continua a ser desbastada por todos os “bolsonaros” do mundo. As indústrias do petróleo e do carvão não estão dispostas a fechar portas.
    Em 2003, num dos capítulos do meu livro “LARGADA DE POMBOS BRAVOS”, capítulo intitulado “Contagem Decrescente”, anotei, ainda que por outras palavras, que mesmo que, naquele momento se deixasse de agredir o Planeta, o mal que já lhe tínhamos provocado era suficiente para que as consequências dessa agressão se tornassem cada vez mais visíveis e preocupantes.
    Ora ao contrário do que era imperioso fazer-se, as agressões aumentaram, como se sabe, e de que maneira! Então o que nos resta está aí, bem à vista de todos. As migrações, que são contestadas por tantas gente, nunca mais pararão e irão chegar às centenas de milhões para atafulhar zonas do globo onde não caberão. O solo arável, que já é inferior ao de há poucas décadas, continuará progressivamente a encolher. As florestas arderão, as espécies animais não humanas, dos vertebrados aos insectos inofensivos, extinguir-se-ão depressa. A produção de vegetais diminuirá progressiva e rapidamente. A água potável secará. A fome atingirá extremos. Só nos restará o suicídio, e a matança, programada ou não, para nos comermos uns aos outros. As doenças farão o resto e finalmente terminará a COISA MAIS BELA que o Cosmos alguma vez consentiu que existisse.
    Há quase oitenta anos, desde que penso, que sempre tenho acertado. Oxalá que desta vez me engane redondamente!
    Sérgio O. Sá

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