“Professores que batem e puxam cabelos”. Clima de guerrilha no Conservatório do Porto

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Conservatório de Música do Porto / Facebook

Conservatório de Música do Porto

Vive-se um verdadeiro “clima de guerrilha” no Conservatório de Música do Porto, segundo denúncias de pais de actuais e de antigos alunos. “Há professores que batem, puxam os cabelos, dizem palavrões, dão murros nas mesas”, denuncia o pai de uma aluna.

Em declarações ao Jornal de Notícias (JN), Aquiles Oliveira, pai de uma aluna do Conservatório que frequenta o 9.º ano, lamenta que há professores que “insultam, humilham, agridem verbalmente” e que “tudo é ignorado” pela direcção da escola.

Este pai fala depois de a filha de 14 anos, Rafaela Oliveira, ter sido alvo de uma nota de repúdio do Conservatório, no seguimento das denúncias que fez quanto ao alegado clima que se vive na instituição de ensino.

Essa nota foi aprovada pelo Conselho Geral e afixada no corredor do Conservatório, bem como publicada no site da escola, segundo o JN.

A aluna foi alvo de um processo-crime, que foi arquivado, e de um processo disciplinar por parte do Conservatório, depois de comentários que fez nas redes sociais e depois de ter publicado um vídeo com as suas denúncias.

“Ninguém da turma da Rafaela fala com ela porque denunciou certas coisas”, lamenta ainda Aquiles Oliveira no JN.

“No ano passado, descobrimos que certos professores faltavam, mas as aulas eram registadas” e “denunciámos à Direcção”, frisa o pai da aluna, notando que os responsáveis do Conservatório nada disseram ou fizeram. A queixa foi enviada para o Ministério da Educação.

A mãe de outro aluno do Conservatório lamenta ao JN que “todos os dias” pensa “em tirar o filho de lá”. “Aquela escola faz-me sofrer todos os dias, pela forma como tratam os alunos e como sou tratada”, queixa-se esta mulher que não quis ser identificada por temer “represálias sobre o filho”.

“No ano passado, uma professora empurrava e sacudia os alunos. Dizia que era para corrigir a postura”, conta ao JN outra mãe, notando que se vive “um clima de guerrilha” e que os problemas com o filho “acabaram” quando ameaçou processar a escola.

A mãe de um antigo aluno, diagnosticado como disléxico, lamenta que a pedopsiquiatra que segue o filho lhe disse que ele estava a ter “uma experiência traumática” no Conservatório, de tal modo que “estava à beira de uma depressão e que não podia lá voltar”.

Em declarações ao JN, o director do Conservatório, António Moreira Jorge, assegura “desconhecer em absoluto” queixas de violência, salientando que quando estas são “reportadas”, “não ficam sem resolução, sejam elas quais forem”.

ZAP //

8 Comments

  1. É com grande tristeza que vejo difamarem o Conservatório de Música do Porto. Tenho dois filhos no supletivo a estudarem na referida escola. Um deles esteve no regime articulado até ao 9. Ano e só tenho a agradecer quer a educação quer a formação que deram aos meus filhos
    Muito Obrigada

    • Não conheço em concreto a situação mas para mim não é nada de novo. O seu comentário é capaz de ser verdadeiro e a Srª não ter razão de queixa mas isso não invalida que a aluna que se queixou tenha eventualmente razão. Não sei se sabe ou se consegue reflectir sobre uma evidência que lhe vou dizer: nos conservatórios os alunos tem aulas individuais de instrumento com um professor, ou pelo menos tinham, pelo que é de admitir que alguns professores, ainda por cima na sua globalidade sem formação pedagógica, possam ter atitudes menos correctas com os alunos. Deplorável o que fizeram à aluna mas como digo nada de novo pois algo de similar ocorreu comigo pai de aluno noutro conservatório, também afixaram o meu nome e e-mail que enderecei na porta do conservatório e proibiram os pais de entrar dizendo que a culpa era minha. Passados 6 anos tenho a certeza que se lembram de mim e presumo que reconheçam presentemente que eu tinha razão, mas na altura …

  2. Fruto de uma liberdade que depressa resvalou para a libertinagem com o aplauso da grande maioria dos professores pois a estes também o desleixo parece ter feito jeito, depressa o carro passou a andar à frente dos bois e agora já gritam aqui del-rei que a coisa vai mal para todos os lados pois já ninguém respeita ninguém e o ensino no que toca a educação pouco lhe resta e por enquanto.

  3. Existem grandes problemas com os conservatórios, que começou a ser resolvido pelo Ministério da Educação há anos mas que exige perseverança. Não é politicamente correcto e socialmente aceitável que uma escola seleccione os alunos, é contra a moral vigente, mas isso acontece com os conservatórios e dá origem a inveja. A selecção deixa a desejar e dá azo a cunhas, o velho problema de sempre que se resolve com transparência mas para isso é preciso força e vontade. Depois, já que existe selecção, contrariamente à globalidade das outras escolas é natural e devia ser evidente a exigência de resultados e do que tenho visto apenas o Conservatório de Braga apresenta resultados. Depois, uma vez que os alunos tem aulas individuais com os professores e os alunos são seleccionados se os resultados não aparecem a culpa tem que ser dos professores, mas embora esses dados existam eu como a maioria dos cidadãos não temos acesso a eles para os estudarmos e elaborarmos uma opinião fundamentada. Quem já teve os filhos a frequentar o conservatório sabe como as coisas funcionam e também terá uma ideia de algumas melhorias que deveriam ser introduzidas mas como aparece num comentário, a globalidade não se manifesta com medo do filho ser prejudicado. Isto acontece nos conservatórios e também nas escolas e de uma maneira geral na sociedade pelo que temos o país e sociedade que vamos vendo nos telejornais

  4. Experimentem por os alunos noutra instituição pública ou privada, muitas delas os alunos levam porrada dos próprios colegas, outros gozam com os professores e eles nem o seu trabalho podem fazer, e se arregalarem os olhos já estão a ser violentos, os pais deveriam todos ter a experiência de dar aulas pelo menos uma semana, depois davam outro tipo de educação aos filhos, ensinavam o respeito ao próximo e aos professores, são eles o nosso trampolim para o nosso futuro, por vezes os pais nem sabem os filhos que têm, em casa são uma coisa e fora de casa outra, e para lançarem um boato e muito fácil, nem pensam nas consequências, falta muita educação e respeito pelo trabalho dos docentes e não docentes das escolas, eu se for a um banco, uns correios, um supermercado e começar a gozar a atrapalhar o trabalho de um funcionário, chamam um segurança ( sim têm seguranças para esses casos e não só) e expulsam-me, os professores estão a fazer o seu trabalho e não podem chamar segurança, se pudessem as coisas melhoravam. Se as notas estão baixas os alunos unem-se e falam com os pais e diretor de turma para mudarem de professor, se são agredidos não se unem e fazem o mesmo porquê!? Enfim muitas felicidades e muitos anos de vida ao conservatório de música do Porto.

  5. Existem professores abusivos e alunos abusivos. Neste caso concreto acredito tratar-se do primeiro caso, e ofensa corporal, violência fisica é crime seja contra um professor ou um aluno! Deveriam haver autoridades fiscalizadoras dentro das escolas para verificar este tipo de situações! Isto não pode continuar assim!

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