Em outubro, a NASA lançou um desafio que procura uma solução mais funcional para quando um astronauta necessita “ir à casa de banho” durante uma missão longa. A agência espacial recebeu mais de cinco mil propostas, e já anunciou os vencedores.
Na Terra ninguém pensa muito sobre este assunto, mas no espaço a gestão de resíduos é um pouco mais complicada. Os astronautas da NASA têm sanitários espaciais que usam sucção (os resíduos são libertados e desintegram-se na atmosfera) e quando têm de estar dentro dos fatos espaciais durante várias horas ou vários dias, usam fraldas para adultos.
Na tentativa de resolver esta “desconfortável” situação de uma forma eficaz, a NASA e a empresa HeroX desafiaram a população a participar no Space Poop Challenge.
De acordo com a agência espacial, o sistema proposto terá que ser capaz de lidar com os dejetos humanos de forma completamente autónoma e terá que garantir a segurança e higiene do astronauta até um máximo de 144 horas.
Após a análise de mais de cinco mil propostas, a NASA atribuiu o primeiro lugar ao cirurgião da Força Aérea norte-americana, Thatcher Cardon, que se inspirou em cirurgias minimamente invasivas e, para além de ajudar a facilitar a vida aos astronautas, ganhou 15 mil dólares.
Cardon pensou num compartimento que poderá ser colocado na parte inferior do fato espacial com um pequeno buraco, permitindo que os astronautas possam inserir e remover fraldas expansíveis e produtos de higiene íntima.
“Os médicos podem fazer coisas incríveis através de aberturas muito pequenas. Até conseguem substituir válvulas cardíacas através de cateteres nas artérias”, adiantou o cirurgião ao NPR.
O segundo lugar foi entregue a um grupo chamado “SPUD”, que criou um sistema que fará com que os resíduos sejam aspirados para um compartimento externo, através do ar que o movimento do astronauta gera.
Já o terceiro lugar foi concedido a Hugo Shelley, pela criação de um fato espacial apelidado SWIMsuit, que faz o tratamento sanitário e a absorção dos desperdícios.
Os júris selecionaram as ideias mais promissores para a tecnologia que os engenheiros podem vir a desenvolver nos próximos três ou quatro anos.
E, apesar do sistema ser apenas um “plano de contingência”, os astronautas poderão finalmente ficar descansados caso algum dia ocorra uma emergência longe da Terra e eles precisem de ir “à casinha”.