Cinco avanços históricos da Ciência prestes a acontecer em 2023

2022 foi um ano de avanços incríveis na ciência, medicina e exploração espacial e preparou o terreno para novos progressos em 2023.

Do programa Artemis da NASA, que voltou a nossa atenção para a exploração da Lua, até novos métodos de desenvolvimento de vacinas de forma rápida e eficaz, o ano de 2023 também promete continuar trazer muitos avanços.

Nova geração de vacinas

Graças ao sucesso das vacinas de mRNA contra a pandemia de covid-19, estão agora a ser desenvolvidos todos os tipos de vacinas com esta tecnologia contra uma série de doenças.

Na mira das vacinas estão a malária, tuberculose, herpes genital, HIV, fibrose cística, cancro e vários tipos de doenças pulmonares, entre outras.

A farmacêutica alemã BioNTech planeia iniciar dentro algumas semanas os primeiros testes em humanos de sua vacina de mRNA contra a malária e a tuberculose , enquanto a americana Moderna fará o mesmo contra os vírus que causam herpes genital e herpes zoster.

Uma das vacinas de mRNA mais promissoras é contra o cancro. Os imunizantes são projetados para reconhecer células cancerígenas e destruí-las.

Outras farmacêuticas estão a investigar a possibilidade de aplicar a vacina contra a covid de forma rápida e eficaz com um simples spray nasal. Eles funcionaram em animais e os testes em humanos devem avançar em breve.

Observação espacial avançada

O mundo ficou maravilhado com as novas imagens do Universo obtidas pelo poderoso Telescópio Espacial James Webb, o instrumento lançado pela NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadiana. A expectativa é que o acessório continue a fazer descobertas durante décadas.

Mas haverá instrumentos de exploração mais profundos. A ESA planeia lançar o telescópio Euclides em 2023, que permanecerá na órbita solar durante seis anos para criar um mapa 3D do Universo.

A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, por sua vez, está a desenvolver uma missão que detetará a radiação de raios-X de estrelas e galáxias distantes.

E no Chile, o telescópio Vera C. Rubin, que tem uma câmara com poder de deteção de mais de três mil milhões de píxeis, está pronto para tirar imagens no próximo mês de julho. O telescópio tem capacidade para registar todo o céu visto do hemisfério sul em apenas três dias.

Missões à Lua

O programa Artemis da NASA, que enviou a cápsula Orion à Lua sem tripulantes a bordo e a voltou com sucesso à Terra em dezembro, é apenas o começo de outras visitas ao nosso satélite.

Os Emirados Árabes Unidos lançaram o seu veículo lunar Rashid a 11 de dezembro, programado para investigar a superfíciedo nosso satélite natural.

Nessa data a NASA também enviou um satélite orbital para explorar a composição dos depósitos de água congelada em crateras e regiões escurecidas na Lua.

Há também o módulo do HAKUTO-R do Japão, que tentará pousar suavemente na Lua em abril, bem como o Chandrayaan-3 da Índia, que procura pousar perto do polo sul da Lua em meados de 2023.

Uma das missões mais esperadas será o primeiro voo civil à Lua. Onze pessoas farão uma viagem de seis dias a bordo do foguete Starship da empresa SpaceX, de Elon Musk.

Engenharia genética CRISPR

O tratamento mostrou resultados promissores em ensaios clínicos contra duas doenças genéticas do sangue, incluindo a doença falciforme.

As empresas farmacêuticas Vertex e CRISPR Therapeutics estão a desenvolver o tratamento conhecido como exa-cel, que será submetido à aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA em março.

O sinal verde disponibilizará o exa-cel para pacientes com anemia falciforme, uma grave deformidade estrutural dos glóbulos vermelhos que prejudica a circulação sanguínea.

E 2023 pode ser o ano em que será aprovada a terapia CRISPR-Cas9, uma técnica de edição de genes que permite alterar uma cadeia de ADN, cortando parte desta e reconstituindo-a para formar uma nova sequência.

Medicamentos contra Alzheimer

Em novembro deste ano, foi anunciada a criação de um medicamento capaz de retardar a destruição do cérebro afetado pelo Alzheimer, o que foi recebido pela comunidade científica como um grande avanço.

No início de janeiro de 2023, o órgão regulador dos EUA anunciará se o fármaco pode ser disponibilizado para o tratamento dos pacientes, embora o medicamento seja eficaz apenas nos estágios iniciais da doença.

Trata-se da droga lecanemab, que ataca a placa pegajosa – chamada beta-amilóide – que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer. Num campo de pesquisa repleto de falhas, este medicamento é considerado “o início das terapias de Alzheimer”, segundo os especialistas.

Outro remédio chamado blarcamesine, que ativa uma proteína que melhora a estabilidade dos neurónios, continuará em testes clínicos. A novidade é desenvolvida pela empresa farmacêutica Anavex Life Sciences.

ZAP // BBC

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