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Cinco anos depois de Passos, Costa também sugere aos professores que emigrem

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Mário Cruz / Lusa

O novo primeiro-ministro, António Costa, durante a cerimónia de tomada de posse do XXI Governo Constitucional

António Costa disse em França que há neste país “uma oportunidade de trabalho para muitos professores de Português”. As declarações mereceram críticas dos partidos da direita, fazendo lembrar o desafio lançado há cinco anos por Passos Coelho aos professores para emigrarem.

Foi no âmbito das comemorações do 10 de Junho, em França, que António Costa falou da “oportunidade de trabalho” para os professores de Português, começando por referir as “reuniões do grupo técnico que existem entre Portugal e França para o alargamento da presença do português” como Língua de aprendizagem nas escolas francesas.

“É uma oportunidade de trabalho para muitos professores de Português que, por via das alterações demográficas, não têm trabalho em Portugal e podem encontrar trabalho aqui, em França”, disse o primeiro-ministro, citado pela Agência Lusa.

Estas declarações estão a ser comparadas por alguns às que Passos Coelho fez, em 2011, quando era primeiro-ministro do governo PSD-CDS e desafiou os professores sem emprego a emigrarem, em busca de novas oportunidades de trabalho.

“Há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação e o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos, haverá muita gente em Portugal que ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”, disse, na altura, Passos Coelho.

As declarações do líder do PSD causaram muita polémica e muitas críticas ao então primeiro-ministro e muitos deputados sociais-democratas não entendem porque é que, desta feita, as palavras de Costa não estão a ter tanta repercussão negativa.

Em declarações divulgadas pelo jornal i, a coordenadora do PSD na comissão parlamentar de Educação, Nilza de Sena, salienta que, “em circunstâncias idênticas, o anterior primeiro-ministro foi abusivamente maltratado, interpretado e descontextualizado“, e realça que está à espera para ver “o que dirão os analistas sobre este convite subliminar à emigração feito por António Costa”.

“A incoerência da esquerda é isto. O silêncio de grande parte da opinião publicada é algo muito mais grave”, lamenta, por seu turno, o deputado do CDS, João Almeida, conforme cita o i.

ZAP / Lusa

34 Comments

    • Estou farto de ouvir (e ver) as declarações dele, mas essa “das escolas que ameaçaram despedir por falta de apoio do Estado” nunca apareceu aos meus ouvidos/olhos: deve ter sido censurada. O que tenho ouvido, sim, e bem claramente, foi ele referir-se ao excesso de professores de português devido às alterações demográficas … com menos crianças … E o Jerónimo de Sousa já lhe “tirou o tapete”, clarinhamente e expressamente.

  1. Completamente fora de contexto!!!
    Nem queiram comparar o que o Costa disse com a mítica frase do passos fedelho!
    Isto veio na sequência da língua portuguesa começar a fazer parte do lote de disciplinas na escola Francesa, sendo que é um oportunidade especifica aberta aos professores que neste momento não encontram emprego em Portugal.
    O fedelho aconselhou os professores que não encontrassem emprego, a tentar encontrar oportunidades, NÃO ESPECIFICADAS, na união europeia! Ide à procura e pode ser que encontrem!
    Ao contrário do fedelho, Costa encontrou uma oportunidade e mencionou-a especificamente.
    Atenção, há aqui uma oportunidade, aproveitem!
    São situações bastante distintas!

    • pois pois, mais cego que quem não vê, é quem não quer ver… vai-te iludindo e não tarda nada temos novo resgate. Certamente depois vais encontrar palavras bonitas para dizer que a culpa não é bem do PS…

      • Roytherodgers, ontem não tinhas uma opinião diferente acerca das possibilidades de trabalho no estrangeiro para professores? Era tão diferente que até nem soubeste contextualizar as palavras de Passos Coelho. Se ontem poucas dúvidas ficaram, hoje não há mesmo nenhuma. Mais um encostado às verdades do partido (neste caso de esquerda, mas se fosse de direita o erro seria igual). Deixa lá o pregão partidário que aqui debatem-se problemas reais.

      • Parece que a “direitalha” fez-te mal á cabeça… Não sei onde foste buscar isso (e nem me interessa). A minha opinião não se alterou. Se calhar contextualizaste mal… Mas se vamos falar de pregões partidários, que seja de esquerda! Já vimos o que resulta a da direita…
        Contextualizar…? Engraçado… Cada um contextualiza como quer… É verdade. Mas não é verdade que foi o próprio Passos que disse que temos de empobrecer? Não foi ele que disse que o aumento dos impostos era um “disparate”? Contextualiza isto!
        http://www.dn.pt/politica/interior/promessas-falhadas-de-passos-coelho-sao-exito-na-net-2845560.html
        A questão (e a diferença) entre o Passos e o Costa nesta declaração é esta… O Passos está-se nas tintas para os portugueses (quatro anos e meio serve mais que prova…) e o Costa pensa nos portugueses (ás vezes tropeça, mas o objectivo é, antes de mais social e não económico).
        Entre o pregão partidário do Passos e o do Costa… Venha o do Costa (mil vezes!). Queres o do Passos? Fica com ele!

  2. Seria pedagógico que, de uma vez por todas, não manipulassem o contexto em que as palavras são ditas, infelizmente, há péssimo jornalismo que deturpa sistematicamente, tudo o que o atual governo diz, faz ou projeta fazer. A maioria das pessoas, com dois palmos de inteligência, sabe as intenções, sabe que há muita “canalha” a comer à conta dos contribuintes, “canalha” essa que está de acordo com tudo o que a coligação de interesses corruptos/parasitas/ exploradores fez à sociedade portuguesa, enquanto esteve no poder por isso, tenham vergonha!

    • Mais um iluminado… notícias contra a esquerda são manipulação, contra a direita são puras verdades… Seja mais objetivo, o tempo da cassete já la vai.

      • Eh lá!…
        Anda aqui alguém a usar o meu nickname (ELE)!!!
        Está mal!…
        .
        Claro que as declarações (e o contexto) do Costa são bem diferentes das do Passos; só por muita má vontade e desonestidade intelectual é que alguém será capaz de as colocar no mesmo nível!!
        É que nem vale sequer a pena dizer mais nada!…

  3. Portugueses deixem-se de partidarismos. SEjam de onde forem são todos IGUAIS senão vejam quem está a entrar na CX Geral – 1 é do PSD outro é do PS. Administradores na CX Geral são 19 e vão despedir 2.000 trambalhares quem trabalha no espaço de 2anos!! Não se gladiem pelos partidos, estes nada valem. LUTEM pelos que trabalham. Gastem as v/ energias p/ lutar por quem vale a pena. Os partidos e politicos NÃO VALEM ISSO. O que querem é TACHO depois de lá estarem como está provado e + que provado é TUDO a mesma M—-

  4. Este pseudo MARIO FERRER FERRER só diz mesmo disparates. Engraçado é que quando não nos agrada então a culpa é sempre dos jornalistas. Quer queiram quer não, os dois disseram o mesmo. E se não critiquei o anterior por isso também não critico o atual. Até aplaudo. Funcionar como um levantar de oportunidades que poderão ser bem aproveitadas por quem precisa. Não vejo mal nenhum nisso, como também não via nas declarações do anterior PM.

    Para o Rui Esteves. A sua memória aparentemente é curta. O Passos Coelho referiu na altura sobretudo Angola e não propriamente a Europa.

    Custa mas é a verdade. E quanto ao último comentário do MARIO FERRER FERRER deve-se estar a esquecer quem geriu e bem a CGD.

    Sejam todos justos e dispam lá a merda das t-shirts.

    • É isso! Seja justo (Quo Vadis)! Os dois não disseram o mesmo! O fedelho até se referiu a todos e não só os professores. A declaração até não era má, se não saísse de um Primeiro Ministro que deveria estar preocupado com TODOS os portugueses (e proporcionar estabilidade para TODS!).
      Dispa a sua t-shirt também…

  5. Este passos coelho é mesmo burro, uma coisa é colocar professores de Português para divulgar a nossa língua em França, outra coisa é mandá-los todos emigrar, realmente há muita falta de interpretação da nossa língua.

  6. O que o Dr. Costa disse é uma situação totalmente diferente do que aconteceu com o Passos. O Dr. Costa é de esquerda e tem o apoio dos partidos de esquerda, e por isso pode dizer o que disse e muito mais, e não deve ser criticado por isso. O Passos como não é de esquerda deve ser criticado pelo que diz.

      • Tenho muita atenção ao que digo, ouço e vejo. Porque vi e ouvi as declarações de Passos Coelho e do Dr. Costa sei que basicamente disseram a mesmíssima coisa. Eu como qualquer pessoa séria chega às mesmas conclusões, e por isso não uso argumentos facilmente desmontáveis. Para mim a questão é que o Dr. Costa, tendo um objectivo político de esquerda, não deve ser criticado, tal como não deve ser criticado pelos aumentos de combustível, pela taxa municipal de turismo, pelas nomeações sem concurso, etc, etc. Tudo isto é feito por interesses superiores.

      • “não uso argumentos facilmente desmontáveis”… Não!? E este? É o quê!? Argumento sólido!? Como diriam os brasileiros, vai-te catar (ainda se diz uma pessoa séria…)!

  7. Estes tristes obstinados da esquerda. completamente cegos pelas ordens dos presidentes. Dasssss. Nunca vi!!!! Palavra. Isto é o reflexo do que lá chega! Falar ou tentar mostrar algo é pura perda de tempo tal como estou a fazer agora…

  8. Bem, só quem não quer ver ou esteja mal intencionado (o que me parece o caso) poderá confundir uma coisa com a outra. É lamentável a atitude que os Srs. jornalistas tomam, tentando obedecer a interesses e não a noticiar e informar verdadeiramente o País. Serão jornalistas? OU TEREMOS DE VOLTAR À CENCURA PARA POR ESTES SENHNORES NO SEU LUGAR? ESPEREMOS QUE NÃO.

  9. Tem toda a razão. Esta noticia, nem devia ter sido permitida pois não favorece o Partido. Tivéssemos nós uma comunicação social estatal a sério e aí sim as notícias poderiam ser controladas convenientemente de modo a não exaltar desnecessariamente o povo.

  10. É preciso ter em atenção o contexto em que ambas as afirmações foram produzidas, de modo a apurar o seu real significado e descobrir que, de facto, não são a mesma coisa.

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