Ciganos recebem Ventura com cuspidelas em Braga (enquanto cantam pelo PS)

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Estela Silva / LUSA

André Ventura em campanha eleitoral do Chega (2024)

André Ventura estaria mais protegido se tivesse levado guarda-chuva, depois de ter sido recebido com cuspidelas pela comunidade cigana, esta quarta-feira, em Braga. O líder do Chega foi chamado de “fascista e racista”, pelos protestantes que cantavam pelo PS.

André Ventura foi recebido, esta quarta-feira, em Braga com um novo protesto da comunidade cigana.

Cerca de 20 pessoas cuspiram e acusaram André Ventura e o próprio partido de serem “fascistas e racistas”.

Estas pessoas já se encontravam junto ao Arco da Porta Nova, no centro de Braga, ainda antes de o líder do Chega chegar e trocaram provocações com os dirigentes e apoiantes do partido que já se encontravam no local de onde arrancou a arruada marcada para o final da manhã.

Com uma bandeira da comunidade cigana e outra de movimentos anti-nazis, gritavam acusações de racismo e fascismo.

“Viva o 25 de Abril, viva a liberdade”, gritou também o grupo, afirmando-se cidadãos portugueses.

Em resposta, a comitiva do Chega gritou palavras e cânticos de apoio ao partido, como “Chega, Chega” e “Portugal é nosso”, enquanto abanavam bandeiras do Chega e de Portugal.

Ventura cuspido

O momento mais tenso aconteceu quando André Ventura chegou ao local e cuspiram na direção do líder do Chega, à distância, atingindo-o.

Nesta altura, os gritos intensificaram-se de parte a parte e o líder do Chega devolveu as acusações de racismo e disse ao grupo que “tem de trabalhar”.

André Ventura disse que as pessoas da comunidade cigana “não podem andar pelo país todo a impedir o Chega de fazer campanha política” e a “tentar calar, atacar e ofender”.

“Protesto plantado”

O presidente do Chega insinuou também que as pessoas que fazem estes protestos são “plantadas”, pelos “partidos de esquerda”.

“Continuamos a ter um conjunto de ciganos que são, nalguns casos os mesmos, que andam pelo país todo. Têm de estar organizados. Eu não sei se é a própria comunidade que se organiza, se são os partidos de esquerda, não sei. Sei que estão organizados e sei que estão plantados“, sustentou.

No final da arruada, André Ventura fez uma pequena intervenção, pedindo aos apoiantes que não “se deixem intimidar” e disse ser “perseguido” porque vai “mudar o país”.

“Nós não temos medo”, gritou, sendo acompanhado pelos apoiantes que o ouviam.

Grupo canta pela PS

A certa altura, o grupo gritou “PS, PS”, mas alguns elementos disseram aos jornalistas que votam AD e Luís Montenegro “é um grande homem”.

Também um homem que se identificou como Beto Bethoven disse não querer que as novas gerações sejam alvo de racismo no futuro e considerou que quem apoia o Chega “tem o fascismo lá dentro”. Acusou o Chega e André Ventura de “incentivo ao ódio”, e alertou para a possibilidade de uma “guerra civil no país”.

“Nós, os ciganos, se nos juntarmos todos, não é uma coisa boa”, acrescentou o músico, mas salientou que agora estão “na paz”.

Já na quarta-feira, numa arruada em Aveiro, a comitiva do Chega cruzou-se com um pequeno grupo de pessoas de etnia cigana, que também acusaram Ventura de ser racista e lhe pediram que não alimente o ódio contra esta comunidade.

“Insultam-nos e chamam-nos “racistas”, mas no fundo é só o desespero de quem sabe que os subsídios vão acabar e vão ter de se levantar cedo para ir trabalhar, como qualquer outro português!”, escreveu o partido no X.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Carrega ciganinho, os maiores, para traficar droga, roubar, intimidar e receber o RSI não há pai… e todos eleitores distintos do PS ou do PS2…

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