Uma expedição científica australiana recolheu mais de cem espécies de peixes das profundezas do oceano, “alguns deles sem rosto e outras muito estranhas e desconhecidas até agora”, informaram fontes oficiais.
Os peixes e invertebrados foram recolhidos em 2017 num “abismo submarino”, com cerca de 4.800 metros de profundidade, e serão submetidos esta semana a várias análises, inclusive genéticas, em Hobart, na ilha da Tasmânia.
“A expedição recolheu algumas das espécies únicas e estranhas“, disse o diretor da Australian National Fish Collection, Alastair Graham, em comunicado da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth da Austrália (CSIRO, em inglês)
Entre as descobertas desta expedição, que recolheu mais de 42 mil exemplares, está aquele que é considerado “o peixe mais feio do mundo” (Psychrolutes micropores), que habita os mares da Austrália e da Tasmânia.
A coleção também inclui a redescoberta de um peixe sem rosto, que não tem olhos nem boca visíveis na cabeça, bem como um peixe lagarto e um tubarão bioluminescente com dentes afiados como uma serra.
O peixe “sem rosto”, que não era visto há mais de um século, foi encontrado a mais de 4 mil metros de profundidade. Mede 40 centímetros de comprimento e não tem olhos, boca ou guelras.
Esta é a primeira vez que o peixe “sem rosto” é visto desde que foi descoberto por um navio britânico perto de Papua Nova Guiné, em 1873.
“A zona de abismo submarino é o habitat maior e mais profundo do planeta e cobre metade dos oceanos do mundo e um terço do território australiano, mas continua sendo uma das áreas menos exploradas da Terra”, explicou Alastair Graham.
// Lusa