Cientistas russos detetaram um novo asteróide em órbita próxima da Terra. Mas cálculos rigorosos dos astrónomos estão a afastar cenários pessimistas de colisão com o nosso planeta.
O robô-telescópio móvel da rede MASTER, de fabrico russo, conseguiu descobrir um asteróide que estava “eclipsado” há 16 anos. O corpo celeste encontra-se na constelação de Pegasus, que se observa com maior facilidade no período do outono.
O telescópio está instalado no vale de Tunkinskaya, na região do lago Baikal, na Sibéria Oriental. A sigla MASTER significa Sistema Astronómico Móvel de Telescópios-Robôs.
Esta rede de telescópios tem a missão de vigiar, observar e registar ameaças procedentes do espaço. Assim que o telescópio detecta um possível corpo celeste perigoso, regista imediatamente a sua órbita.
Em 1998, um enorme corpo de 320 metros em diâmetro foi observado nos céus durante 4 dias, após o que desapareceu.
Uma análise de trajectória mostra que o corpo celeste agora descoberto é o asteróide que se perdera nos confins do Universo em 98.
Os observatórios perderam-no de vista devido à alteração da sua órbita, explica o director do projecto astronómico, Vladimir Lipunov, professor catedrático da Universidade Estatal de Moscovo.
“O asteróide está noutro local do espaço, mas se compararmos com os cálculos feitos há 16 anos, é mesmo ele”, frisou Lipunov à RVR.
O período da órbita do asteróide em torno do Sol é de 449 dias.
No ponto mais distante do Sol, o asteróide atravessa a órbita de Marte.
No ponto mais próximo, chega a uma distância do Sol igual a 1,5 vezes a do planeta Vénus.
Perigo para a Terra?
A principal questão que se coloca no entanto é de saber até que ponto é perigoso para a Terra.
Os cálculos efectuados permitem determinar esse perigo, revela um dos membros do projecto, o astrónomo Serguei Yazev.
“A distância mínima a que o asteróide poderá passar da Terra é de 3 milhões km, o que é 8 vezes maior do que a que nos separa da Lua”, explica Yazev.
“Por isso, não há perigo real”, diz o astrónomo.
Curiosamente, nos dias 8 e 9 de setembro, o asteróide estava a aproximar-se da Terra sem ter sido visto pelos astrónomos.
Em meados de setembro, no céu diurno, o corpo celeste deslocava-se a uma elevada velocidade. No céu nocturno, era detectado com dificuldade, por causa do brilho da Lua.
Este é o terceiro asteróide identificado nos últimos três anos pelos telescópios da rede MASTER .
ZAP / RVR