No primeiro dia de trabalho, chegar 15 minutos mais cedo parece fácil mas com o tempo torna-se mais complicado. Os cientistas da Universidade da Califórnia e da Universidade de Londres descobriram que este problema resulta do sistema de localização do cérebro.
Em 2014, John O’Keefe, May-Britt Moser e Edvard I. Moser ganharam o Prémio Nobel de Medicina pela descoberta das “células grid” – que criam um sistema de coordenadas como um GPS mental e, basicamente, têm a função de mapear os locais por onde passamos.
Os autores do novo estudo, Anna Jafarpour e Hugo Spiers, testaram essas células de modo a entender como é que o nosso “mapa mental” muda conforme nos familiarizamos com um lugar.
Os cientistas reuniram um grupo de estudantes ingleses que residiam todos no mesmo prédio, em Londres, e pediram para desenharem, de cabeça, um mapa da rua onde moravam.
Depois, os estudantes tiveram de assinalar as trajetórias que faziam com mais frequência e estimar quanto tempo levariam de casa até vários pontos do mapa escolhidos pelos cientistas.
O estudo concluiu que os cidadãos tendem a achar que os lugares mais familiares são maiores do que realmente são.
Segundo os especialistas, nos mapas desenhados pelos estudantes, o caminho que fazem com frequência foi representado com maior dimensão do que as restantes localidades.
Relativamente ao tempo que levariam a percorrer uma trajetória, o resultado foi o oposto – quando foi apontado um caminho familiar os estudantes subestimaram o tempo que iriam demorar.
Os investigadores destacam que, com o aumento da familiaridade, o cérebro tem uma maior dificuldade em calcular o tempo necessário para percorrer determinada distância.
Ou seja, a ideia de que “não faz mal ficar mais cinco minutinhos na cama ou no sofá” é um engano do nosso cérebro, que nos faz pensar que demoramos menos tempo a chegar a um determinado local.
Por enquanto, os cientistas ainda não desvendaram a explicação neurológica, mas se algum dia chegar atrasado ao trabalho já pode explicar ao seu chefe que a culpa é do seu GPS mental.
BZR, ZAP
Concordo plenamente, aquele minuto ou dois é suficiente para perder o autocarro…
A Ramirenta contraria isso tudo.