Investigadores americanos afirmam que a rebeldia adolescente – algo que os adultos tentam controlar desde sempre – pode ser virtuosa e saudável se for aproveitada da maneira correta.
Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences descobriu que os adolescentes fazem escolhas melhores se forem incentivados a imaginar o comportamento saudável como uma espécie de desafio.
Os investigadores dividiram 489 alunos do oitavo ano em dois grupos – o primeiro leu um artigo comum que recomendava uma alimentação saudável, e o segundo leu um artigo no qual uma empresa de alimentos expunha práticas cínicas de falsificação de produtos fazendo com que pareçam mais saudáveis quando, na realidade, não o são.
No dia seguinte os alunos foram convidados a escolher que tipo de lanche queriam comer, e os adolescentes que leram o segundo artigo escolheram alimentos mais saudáveis.
“Fizemos com que as empresas por trás do marketing de alimentos parecessem figuras controladoras, e enquadramos o fato de evitar a fast-food como uma forma de se rebelar contra o controlo das próprias empresas”, explicou a equipa, liderada por Christopher Bryan da Universidade de Chicago, e David Yeager da Universidade do Texas, nos EUA.
De acordo com os autores do estudo, a maioria das tentativas de prevenção da obesidade não levam a qualquer perda de peso nos jovens – uma poderosa “cultura de consumo”.
No entanto, Bryan e Yeager pretendem testar, em breve, uma forma de mudar definitivamente o modo como os anúncios de fast-food são entendidos pela maioria dos jovens – para que comecem a gerar uma onda de indignação, em vez de tentação.
Um outro estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine, em 2009, revelou que uma campanha anti tabaco, criada nos EUA, impediu que cerca de 450.000 jovens começassem a fumar ao transformar o tabagismo numa forma de submissão a empresas e não num ato de rebeldia.
BZR, ZAP / Hypescience