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Cientistas refutam duas das principais teorias sobre a mítica Ilha de Páscoa

(CC0/PD) Wolk9 / Pixabay

Estátuas Moai, na ilha de Páscoa, no Chile

Uma nova investigação, levada a cabo por uma equipa interdisciplinar de cientistas do Chile Espanha e Noruega, acaba de refutar algumas das principais teorias sobre a dinâmica populacional da Ilha de Páscoa, no Chile.

De acordo com a nova investigação, cujos resultados foram publicados na revista científica Proceedings of the Royal Society, a população indígena da Ilha de Páscoa não entrou em colapso após a chegada de europeus ao território dos Rapa Nui e os seus problemas também não estiveram relacionados com a sobre-exploração de recursos naturais.

O estudo refuta assim duas das principais teorias sobre o colapso da população da Ilha de Páscoa, que se acredita que foi colonizada nos séculos XII e XIII por marinheiros polinésios – a partir daqui, os locais enfrentaram várias crises.

A nova investigação sugere que as crises sociais foram causadas pelos efeitos a longo prazo das mudanças climáticas sobre a capacidade de produção de alimentos, tirando dos colonizadores a “culpa” pelo colapso da população indígena.

Estudos levados a cabo pela equipa, no campo da Botânica e da Paleontologia, revelarem que a Ilha de Páscoa estava coberta de florestas quando os primeiros colonos chegaram, sendo ocupadas por uma variedade de árvores, arbustos e gramíneas.

Contudo, o desflorestação levada a cabo para a criação de terras de cultivo, bem como a introdução do rato polinésio, levaram a uma desflorestação gradual, afetando, posteriormente, a produção de alimentos para a população.

Atualmente, a Ilha de Páscoa é totalmente coberta por planícies.

Citado pelo portal Phys.org, Mauricio Lima, professor da Universidade Católica do Chile, sublinhou que a história da população Rapa Nui é “bastante polémica”, recordando que foram levantadas duas grandes hipóteses sobre o seu desenvolvimento.

“Uma das hipóteses afirma que a população sofreu um grande colapso com a sobre-exploração dos recursos naturais. A outra hipóteses sustenta que houve um colapso após após a chegada dos europeus à ilha. As nossas investigações mostram que nenhuma das hipóteses é correta”, afirmou o especialista.

Nils Chr. Stenseth, professora da Universidade de Oslo, frisou ainda, citado pelo mesmo portal que a investigação “desfez” ainda outro mito: o que sustenta que a população viveu num equilíbrio idílico com a natureza durante séculos.

“Isso também não é verdade”, rematou.

A mítica Ilha de Páscoa

Localizada no Chile, a Ilha de Páscoa é um dos locais mais misteriosos do nosso planeta. Há dois mil anos, foi lar de uma civilização polinésia que deixou na ilha um grande número de vestígios em forma de moais gigantes que, acreditam os cientistas, personalizam os antepassados dos antigos moradores da região.

A civilização praticamente desapareceu da ilha antes da chegada dos primeiros colonizadores. Desde então, o seu desaparecimento tem levando dúvidas mas, de acordo com as teorias mais aceites pela comunidade científica, a sua extinção pode estar relacionada com a falta de recursos ou então com guerras entre grupos.

No ano passado, o governo chileno anunciou que deverá rebatizar a Ilha de Páscoa, apelidando-a de Ilha Rapa Nui, que significa “Ilha Grande” e é o seu nome ancestral.

Ilha de Páscoa foi a denominação dada pelo explorador holandês Jakob Roggeveen (1659-1729) – oficialmente o primeiro europeu a pisar na ilha –, que, como chegou à região num domingo de Páscoa, resolveu dar-lhe esse nome.

ZAP //

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