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Cientistas recriam animal com 500 milhões de anos (e parece um alien)

Estúdio 10 Tons, Dinamarca

Agnostus pisiformis, o animal que parece um alien

Cientistas fizeram uma recriação de um ser vivo de 500 milhões de anos, e o resultado parece um alien. As imagens são de uma escultura de Agnostus pisiformis, um artrópode agora extinto que viva no que é hoje a Escandinávia.

As criaturas, de apenas um centímetro de comprimento, são conhecidas com precisão de detalhes anatómicos porque foram perfeitamente preservadas em xisto e calcário.

“O incrível grau de detalhe significa que conseguimos compreender toda a anatomia do animal, o que, por sua vez, revela muito sobre a ecologia e modo de vida“, explica Mats E. Eriksson, professor de geologia da Universidade de Lund, na Suécia.

Agnostus pisiformis começava a vida como uma larva e desenvolvia-se até chegar à idade adulta, perdendo e regenerando repetidamente o seu duro exoesqueleto. O corpo era protegido por dois escudos que se pareciam com conchas.

Pouco se sabe sobre o estilo de vida oceânico da criatura, mas provavelmente alimentava-se de pedaços de matéria orgânica na água. O pequeno bicho é particularmente útil para os cientistas modernos por ser o que é chamado de “fóssil índice”.

Os fósseis índices aparecem apenas num período de tempo específico e são usados para datar camadas de rocha: se estão presentes numa, não há dúvida sobre quando aquela camada se formou.

Um grupo de artistas do estúdio 10 Tons, na Dinamarca, foi quem criou as novas esculturas realistas de A. pisiformis. O processo foi minucioso e envolveu vários passos de modelagem, inclusive à mão, com argila, cera e silício.

As esculturas finais foram feitas com silício translúcido, e cada uma é do tamanho de um prato – muito maior do que as criaturas reais, o que facilita ver a sua anatomia.

Os artistas fizeram mais do que uma escultura, incluindo uma versão parcialmente aberta, imitando o possível posicionamento do artrópode durante a natação, uma versão fechada para mostrar como os escudos exoesqueletais a protegeriam, e uma versão tal como a criatura apareceria sob um microscópio eletrónico.

Os investigadores e os artistas esperam que as criações sejam exibidas numa exposição itinerante sobre os animais do mar cambriano, que se refere ao momento da explosão cambriana, uma rápida diversificação da vida que deu origem a uma série de criaturas em todo o planeta.

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