Uma equipa de cientistas demonstrou que existem pontos específicos ao longo da molécula de ADN que controlam a replicação.
Nas células, o ADN e o material associado reproduzem-se em intervalos regulares, um processo essencial para todos os organismos vivos. Este processo é essencial na forma como o corpo responde às doenças, por exemplo. A replicação do ADN foi identificada na década de 1950. Desde então, os cientistas nunca foram capazes de entender este processo.
“Tem sido um grande mistério. A replicação parecia resistente a tudo o que tentamos fazer para a perturbar”, disse o autor do estudo David Gilbert, investigador da Universidade Estadual da Flórida. O artigo científico foi recentemente publicado na Cell.
“Descrevemos tudo detalhadamente, mostramos que o ADN muda em diferentes tipos de células e que é afetado pelas doenças. Mas, até agora, não conseguimos encontrar a peça-chave, os elementos de controlo ou as sequências de ADN que o controlam”, explicou.
A equipa de Gilbert examinou um único segmento de ADN na mais alta resolução 3D possível e observaram três sequências ao longo da molécula de ADN que se tocavam com frequência.
Foi então que decidiram usar a tecnologia de edição genética CRISPR para remover essas três áreas simultaneamente. Com esta experiência, os cientistas descobriram que esses três elementos juntos eram a chave para a replicação do ADN. “A remoção destes três elementos mudou o tempo de replicação do segmento desde o início até ao fim do processo”, afirmou Gilbert.
Segundo o Sci-News, além do efeito no tempo de replicação, a remoção dos tais três elementos fez com que a estrutura 3D da molécula de ADN mudasse drasticamente.
“Identificamos, pela primeira vez, sequências específicas de ADN no genoma que regulam a estrutura da comatina e o tempo de replicação“, explicou o principal autor do estudo, Jiao Sima, também da Universidade Estadual da Flórida.
“Estes resultados refletem um possível modelo de como o ADN se dobra dentro das células e como esses padrões podem afetar a função dos materiais hereditários“, concluiu.