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Cientistas identificam proteínas envolvidas na resistência bacteriana a antibióticos

Uma investigação da docente Nádia Osório, da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), identificou proteínas envolvidas na resistência bacteriana a antibióticos que podem ajudar no desenvolvimento de novas terapêuticas.

O estudo, que vai ser apresentado em livro na terça-feira, partiu da necessidade de compreender o comportamento das bactérias face aos antibióticos e conhecer os mecanismos de resistência envolvidos.

“Se soubermos que mecanismos a bactéria desenvolve, ou passa a expressar quando se adapta ao antibiótico, podemos desvendar novos alvos para o desenvolvimento de novos antibióticos ou de outros compostos químicos ou terapêuticas que depois atuem neles”, explica a investigadora, citada em comunicado da ESTeSC.

Segundo Nádia Osório, esta é “uma necessidade urgente, dado que cada vez mais as pessoas estão restritas à utilização de antibióticos e que, num futuro próximo, estes podem ser ineficazes e gerar um maior descontrolo no combate a infeções”.

A investigadora salienta que o uso excessivo ou mal aplicado de antibióticos é hoje considerado um problema de saúde pública, “na medida em que existe uma resistência cada vez maior por parte de bactérias e, consequentemente, maiores dificuldades no combate a infeções”.

“As pessoas tomam antibióticos errados, em quantidades erradas, porque se automedicam ou então porque às vezes alguém prescreve um antibiótico de largo espetro para erradicar a bactéria sem saber sequer qual é a bactéria ou seu antibiograma”, explica a docente da ESTeSC.

O estudo conseguiu identificar proteínas envolvidas no ganho de resistência bacteriana na espécie estudada, “que pode vir a ajudar no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas neste âmbito”.

Para Nádia Osório, a investigação veio reforçar que é fundamental uma aplicação regrada dos antibióticos, que “só deveriam ser aplicados em situações muito concretas e devidamente estudadas”.

“Seria mais assertivo na prática clínica tentar reduzir a aplicação de antibióticos nas situações mais fáceis de tratar. Deveria ser totalmente impeditivo a aquisição de antibióticos sem prescrição, tanto para a veterinária como para a saúde humana, e a população deveria ser constantemente informada das consequências negativas que estes comportamentos podem gerar”, sublinhou.

Em laboratório, a investigadora concluiu que o uso inadequado de antibióticos cria maior resistência e dificuldades no combate das infeções bacterianas, que anteriormente eram facilmente eliminadas.

O lançamento do livro, que resulta da tese de doutoramento de Nádia Osório em microbiologia, decorre na terça-feira, às 16:00, na ESTeSC, inserido na Coleção “Ciência, Saúde e Inovação – Teses de Doutoramento”.

// Lusa

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