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Finalmente provada a origem da maior erupção de lama do mundo

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Mais de 11 anos depois, um estudo publicado no Journal of Geophysical Research: Solid Earth provou que a maior erupção de lama do mundo foi causada por um vulcão.

A 29 de maio de 2006, a lama começou a entrar em erupção na ilha de Java, na Indonésia. Uma combinação de lama, água, rochas e gás em ebulição emergiu. Os fluxos de lama quente ameaçaram aldeias, obrigando a população a fugir.

Em setembro de 2006, a erupção, que ficou conhecida como “Lusi”, atingiu o seu apogeu. Hoje, a erupção continua a derramar lama diariamente, tendo-se tornado no deslizamento de lama mais destrutivo da história.

Num novo estudo publicado no Journal of Geophysical Research: Solid Earth, os investigadores descobriram a razão pela qual os fluxos de lama não param: no subsolo, a Lusi está ligada a um vulcão.

Através de uma técnica que os geofísicos usam para mapear o interior da Terra, os investigadores foram capazes de mostrar a área abaixo de Lusi. As imagens mostram que a conduta que fornece lama a Lusi está ligada, através de um sistema de falhas, às câmaras de magma do vulcão Arjuno-Welirang.

Estudar a conexão entre estes dois sistemas pode ajudar os cientistas a entender melhor como os sistemas vulcânicos evoluem e como são capazes de expulsar magma, lama ou fluídos hidrotérmicos.

“Fomos capazes de provar que os dois sistemas estão conectados em profundidade”, disse Adriano Mazzini, um geocientista da Universidade de Oslo e principal autor do estudo num comunicado à imprensa. “O que o nosso novo estudo mostra é que todo o sistema já existia – estava tudo pronto para ser desencadeado”.

Vulcões de lama são comuns na ilha de Java. No entanto, o que Lusi tem de diferente é o facto de ser um híbrido entre um vulcão de lama clássico e uma fonte hidrotérmica. Isto significa que o magma do vulcão Arjuno-Welirang pode ser capaz de “cozer” os sedimentos orgânicos que se encontram por baixo de Lusi no decorrer dos próximos anos.

Stephen Miller, professor de geodinâmica da Universidade de Neuchâtel na Suiça, afirma que “isto significa, no meu entender, que a Lusi não vai parar tão cedo“.

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