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Cientistas desenvolveram pela primeira vez óvulos humanos em laboratório

University of Edinburgh / Prof. David Albertini

Óvulo humano pronto para fertilização após desenvolvimento em laboratório.

Uma equipa de cientistas britânicos conseguiu desenvolver óvulos humanos em laboratório pela primeira vez, o que pode contribuir para melhorar tratamentos de fertilidade.

Segundo o artigo publicado na revista Molecular Human Reproduction, especialistas da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, extraíram células de óvulos do tecido ovarino nas suas primeiras fases de desenvolvimento, e fizeram-nas crescer até estarem prontas a serem fertilizadas.

Os cientistas tornaram assim possível o desenvolvimento do óvulo humano fora do ovário, desde a sua primeira fase até atingir a plenitude da sua maturidade, segundo o estudo que é citado pela agência de notícias EFE.

Contudo, os investigadores admitem que é necessário realizar estudos adicionais para que este método possa ser usado em prática clínica. Consideram contudo, que é relevante porque oferece esperança a mulheres ou adolescentes que se submetem a tratamentos como quimioterapia – com riscos de esterilidade -, permitindo que possam vir a recuperar óvulos, amadurecendo-os fora do ovário, para serem posteriormente armazenados para fertilização.

Actualmente, as mulheres podem congelar os seus óvulos maduros – ou mesmo embriões, se tiverem sido fertilizados com o esperma de um casal – antes de iniciar tratamentos médicos como a quimioterapia, embora esta opção ainda não seja possível no caso de crianças ou adolescentes que estão doentes.

Nesta pesquisa, os investigadores retiraram tecido dos ovários de dez mulheres e conseguiram motivar o desenvolvimento de óvulos, graças a várias misturas de nutrientes. Dos 48 óvulos que alcançaram a penúltima fase do processo, nove atingiram a plena maturidade, dizem os autores do estudo.

“O próximo passo seria tentar fertilizar estes óvulos e depois testar os embriões produzidos, e depois voltar atrás e melhorar cada um dos passos”, destaca a professora Evelyn Telfer, co-autora da pesquisa, ao The Guardian. Mas, para prosseguir para esta fase da investigação, é necessário obter autorização adicional das entidades de regulação.

ZAP // Lusa

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