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Cientistas desenvolvem injeção única que pode reunir todas as vacinas infantis

Sanofi Pasteur / Flickr

Uma equipa de investigadores do MIT, nos Estados Unidos, está a criar uma vacina que poderia dar todas as doses das vacinas a uma criança em apenas uma.

Um dos primeiros “presentes” de quase todas as crianças é uma carteira de vacinação, que tem de ser preenchida ao longo do tempo com cada uma das doses que têm de tomar para ter a certeza que estão protegidas de doenças.

Mas uma nova tecnologia que está a ser desenvolvida nos Estados Unidos pode mudar essa realidade. A ideia é criar uma só dose que valesse por todas, ou seja, uma única injeção que daria às crianças todas as imunizações de uma só vez.

Essa dose armazenaria as vacinas em cápsulas microscópicas, que seriam libertadas aos poucos em tempos específicos.

A técnica começou a ser aplicada em estudos com cobaias e foi divulgada recentemente na revista científica Science. Os cientistas responsáveis afirmam que esta tecnologia poderia ajudar pacientes em todo o mundo.

Micropartículas

Atualmente, tornar as crianças imunes a certas doenças é um processo feito através de muitas doses, que são tomadas desde as primeiras semanas de vida. Para tentar mudar isso, uma equipa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveu um novo tipo de micropartícula que permitiria combinar todas as vacinas numa única dose.

As partículas são como copos em miniatura preenchidos com as vacinas e depois fechados com uma tampa. A ideia é que o design desses “recipientes” permita que cada um se parta no momento certo, libertando o seu conteúdo no corpo da criança.

Os testes mostraram que essa libertação pode ocorrer no tempo exato de nove, 20 e 41 dias depois de a vacina ter sido injetada nas cobaias.

Outras partículas que poderiam durar por centenas de dias também foram desenvolvidas, mas ainda não foram testadas.

Impacto significativo

Para Robert Langer, um dos cientistas que faz parte do estudo, esta descoberta pode ter um impacto “significativo”.

“Estamos muito animados com este trabalho. Pela primeira vez, podemos criar uma ‘biblioteca’ de pequenas partículas de vacina fechadas numa cápsula, cada uma programada para ser libertada num tempo exato, para que as pessoas um dia possam receber uma única injeção que, na verdade, teria diversas vacinas dentro dela“, disse.

“Isto pode ter um impacto significativo em pacientes de todos os lugares, especialmente nos dos países em desenvolvimento”, afirmou.

A ideia é que as libertações curtas e precisas da vacina imitam o procedimento normal da imunização.

“Nos países em desenvolvimento, essa pode ser a diferença entre não ser vacinado e receber todas as vacinas de uma só vez”, explica ainda o investigador Kevin McHugh.

ZAP // BBC

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