As tulipeiras têm um tipo de madeira totalmente novo, que não se enquadra em nenhumas das categorias de madeira dura ou macia — e que poderá ser a chave para combater as alterações climáticas está nas tulipeiras.
Um novo estudo, publicado esta terça-feira na New Phytologist, descobriu que as tulipeiras, que estão relacionas com as magnólias e podem atingir mais de 30 metros de altura, têm um tipo único de madeira — que não se enquadra em nenhumas das categorias de madeira dura ou macia.
Uma melhor compreensão da estrutura de madeira única das tulipeiras abre a porta ao aproveitamento destas árvores em iniciativas de captura de carbono em grande escala.
Segundo o Study Finds, os cientistas utilizaram um microscópio eletrónico de varrimento a baixa temperatura (cryo-SEM) para obter imagens da arquitetura à nanoescala das paredes celulares secundárias da madeira no seu estado nativo hidratado.
De seguida, descobriram que as duas espécies, Liriodendron tulipifera e Liriodendron chinense, têm macrofibrilas (fibras longas alinhadas em camadas na parede celular secundária) maiores que os de madeira dura.
“Mostramos que os Liriodendrons têm uma estrutura macrofibrilar intermédia que é significativamente diferente da estrutura da madeira macia ou da madeira dura”, diz o primeiro autor do estudo, Jan Lyczakowski.
Estas árvores divergiram das magnólias há cerca de 30-50 milhões de anos, coincidindo com uma grande diminuição de CO2 atmosférico. As mesmas são já conhecidas pelo seu rápido crescimento e pelo eficiente sequestro de carbono.
Além disso, os investigadores descobriram ainda que certas gimnospérmicas da família das Gnetófitas desenvolveram uma estrutura semelhante à da madeira dura, tipicamente vista apenas nas angiospérmicas.
“Ambas as espécies podem acabar por ser úteis para plantações de captura de carbono. Alguns países do Leste Asiático já estão a utilizar plantações de Liriodendron para fixar eficazmente o carbono, e pensamos que isto pode estar relacionado com a sua nova estrutura de madeira”, conclui Lyczakowski.
Por fim, esta descoberta faz avançar a compreensão da evolução das plantas e realça o papel da ultraestrutura da madeira na fixação de carbono. Também sublinha a importância de preservar diversas coleções de plantas, como as que se encontram nos jardins botânicos, que continuam a permitir alcançar novos conhecimentos científicos.