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Cientistas descobriram quando é que os humanos começaram a usar drogas

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Nem sempre os humanos adotaram uma abordagem proibicionista em relação aos narcóticos. Essa é a conclusão de um novo estudo que descobriu quando é que começámos a usar drogas.

Compilando dados arqueológicos de todo o mundo, um novo estudo publicado na revista especializada Journal of Psychedelic Studies indica quando é que a humanidade começou a usar drogas diferentes, revelando que a nossa relação com substâncias que alteram a mente remonta a mais de 13 milénios atrás.

Giorgio Samorini, autor do estudo, conduziu, de acordo com o IFLScience, uma revisão aprofundada da literatura arqueológica existente, a fim de determinar as primeiras evidências do uso humano de canábis, ópio, cogumelos mágicos, álcool e muitas outras plantas psicoativas.

Os sinais mais antigos de uso de drogas em todo o mundo foram encontrados numa caverna no Monte Carmelo, em Israel, onde os grânulos de amido encontrados nas ferramentas exibiam malformações normalmente associadas à fabricação de cerveja. Datado do século 11 a.C., esse achado sugere que a nossa espécie já bebia cerveja há pelo menos 13 mil anos.

Estudos recentes revelaram que as primeiras plantas de canábis tiveram origem no planalto tibetano, mas a evidência mais antiga para uso humano da droga vem do Japão, onde foram encontrados macro-fósseis que continham partes da planta em peças de cerâmica de 8200 a.C.

Enquanto isso, as papoilas de ópio são normalmente associadas a países como o Afeganistão mas, de acordo com o estudo, foram criadas em Itália pela polinização cruzada deliberada de vários tipos de papoilas que não contêm ópio.

Foram encontradas várias formas intermediárias entre a papoula natural e a papoula do ópio num sítio arqueológico do Neolítico em Roma, onde os habitantes desenvolveram a primeira cepa narcótica da planta por volta de 5600 a.C.

Os cogumelos mágicos – que contêm um composto psicoativo chamado psilocibina -, foram experimentados pela primeira vez por humanos no deserto do Saara, onde pinturas pré-históricas com cerca de oito mil anos retratam figuras humanas a segurar cogumelos, de onde saem linhas pontilhadas que se conectam às suas cabeças. Segundo o autor do estudo, “esse detalhe parece indicar que o artista pretendia transmitir os efeitos psicoativos que o fungo exerce sobre a mente humana”.

As folhas de coca encontradas no chão de uma casa no norte do Peru foram datadas de 6.000 a.C, sugerindo que os humanos utilizavam a planta através da qual a cocaína é produzida há pelo menos oito mil anos.

ZAP //

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