Cientistas descobrem de onde veio o asteroide que matou os dinossauros

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Chase Stone

O mítico Chicxulub, que levou os dinossauros à extinção, era uma rocha rara vinda do exterior de Júpiter, revela um novo estudo, que analisou a “impressão digital genética” do asteroide.

A rocha espacial que dizimou os dinossauros há 66 milhões de anos era um raro asteroide com origem para lá de Júpiter, nos confins do nosso sistema solar, revela um novo estudo.

Os resultados do estudo, publicado esta quinta-feira na revista Science, permitem determinar a natureza da fatídica rocha espacial e a sua origem no nosso sistema solar, e podem abrir portas a novas técnicas de previsão da queda de asteroides no nosso planeta.

A maioria dos cientistas concorda que o Chicxulub, cujo nome tem origem na comunidade situada no atual México, perto da cratera de 145 quilómetros de largura escavada pela rocha, veio do nosso sistema solar.

Mas as suas origens exactas continuavam por esclarecer, devido à falta de provas químicas claras que não tivessem sido contaminadas por material da própria Terra.

No novo estudo, a equipa de investigadores analisou restos de impactos de asteroides recolhidos em regiões europeias da crosta do nosso planeta, e descobriu que a composição química de um elemento raro chamado ruténio é semelhante à dos asteroides que pairam entre as órbitas de Marte e Júpiter.

“Este elemento é uma impressão digital genética das rochas da cintura de asteroides, onde a rocha do tamanho de uma cidade se encontrava antes de atingir a Terra há 66 milhões de anos”, explicou ao Live Science Mario Fischer-Gödde, investigador da Universidade de Colónia, na Alemanha, e autor principal do estudo.

O asteroide terá provavelmente sido empurrado em direção à Terra, ou por colisões com outras rochas espaciais, ou por influências no sistema solar exterior, onde gigantes gasosos como Júpiter abrigam imensas forças de maré capazes de perturbar órbitas de asteroides — que, de outra forma, seriam estáveis, dizem os autores do estudo.

As descobertas baseiam-se numa nova técnica que essencialmente quebra todas as ligações químicas que sustentam uma amostra de rocha enquanto esta é armazenada num tubo selado, e que permitiu aos cientistas medir os níveis específicos de ruténio no local de impacto do Chicxulub.

“O elemento manteve-se notavelmente estável ao longo de milhares de milhões de anos face à frequente atividade geológica da Terra, que recicla a paisagem”, explica Fischer-Gödde, que desenvolveu a nova técnica na última década e é um dos poucos especialistas no mundo que consegue analisar com precisão o elemento raro.

Os investigadores compararam os resultados com amostras de outros locais de impacto de asteroides na África do Sul, Canadá e Rússia, e também com um par de meteoritos carbonosos, que dominam a região exterior da cintura principal de asteroides.

As assinaturas químicas do ruténio no local de impacto do Chicxulub eram consistentes apenas com as dos meteoritos carbonáceos, apontando para a sua origem no sistema solar exterior, concluiu a equipa.

ZAP //

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