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Cientistas descobrem como descozer um ovo cozido

Steve Zylius / UC Irvine

A equipa do investigador Greg Weiss, da UC Irvine,  descobriu uma forma de descozer um ovo cozido

A equipa do investigador Gregory Weiss, da UC Irvine, descobriu uma forma de descozer um ovo cozido

Cientistas da Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA, descobriram uma forma de fazer algo que parecia impossível: descozer um ovo cozido. A técnica poderá ter aplicações práticas importantes na medicina.

Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia, em Irvine, nos EUA, e da Universidade de Flinders, na Austrália, descobriram uma forma de descozer um ovo cozido.

A inovação é aparentemente inútil, mas poderá na realidade ter um tremendo impacto na indústria alimentar e farmacêutica, nomeadamente no combate ao cancro.

Em termos práticos, os cientistas conseguiram separar as proteínas nas claras de ovos cozidos, permitindo que elas se “redobrem” na sua forma original, reciclando-se nas proteínas originais.

A técnica foi aplicada numa clara de ovo fervida durante 20 minutos a 90 graus C, temperatura a que as proteínas ficam aglomeradas e entrelaçadas. Seguidamente, foi adicionada uma substância à base de ureia que “mastiga” e liquefaz a clara de ovo cozida.

O processo de reconstrução do ovo na sua forma original é concluído com um “vortex fluid device”, dispositivo desenvolvido por bioquímicos da Universidade de Flinders, na Austrália, que utiliza películas micro-fluídicas para “desembaraçar” as proteínas e moldá-las na sua forma original.

“Sim, inventámos uma forma de descozer um ovo”, disse à UCI News o professor de biologia molecular Gregory Weiss, um dos autores da investigação.

“Não é que estejamos propriamente interessados em ovos cozidos, trata-se de demonstrar quão poderoso este processo pode ser”, acrescentou Weiss.

Os princípios teóricos da técnica, publicados a semana passada ChemBioChem, poderão agora ser adaptados pela indústria farmacêutica para a criação e manipulação de proteínas específicas, o que permitiria baixar significativamente o custo de produção dos dispendiosos medicamentos usados em determinados tratamentos contra o cancro.

Efectivamente, a capacidade de moldar rapidamente e com baixo custo proteínas comuns, a partir de leveduras ou de vulgares bactérias E.coli, pode revolucionar o fabrico das proteínas usadas nos fármacos, tornando o processo mais rápido, mais simples e mais barato.

Desde Colombo que um ovo não protagonizava um avanço tão grande no conhecimento da humanidade.

AJB, ZAP

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