Cientistas criaram vermes capazes de matar células cancerígenas

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SciTechDaily

Investigadores da Universidade de Osaka descobriram que os vermes podem ser revestidos com bainhas de hidrogel, tal como medicamentos anticancerígenos.

Cientistas do Japão demonstraram que conseguem criar vermes microscópicos com uma surpreendente variedade de componentes úteis e protetores.

Investigadores da Universidade de Osaka descobriram que os vermes microscópicos conhecidos como nematódeos podem ser revestidos com “bainhas” à base de hidrogel, personalizadas para transportar carga funcional, segundo a SciTechDaily.

Os nemátodos são vermes minúsculos que habitam o solo ou outros nichos ambientais e que, em determinadas circunstâncias, podem entrar no corpo humano.

Anisakis simplex, um nemátodo marinho que pode colonizar os seres humanos quando consumido, mostrou um apetite estranho por células cancerígenas.

Anisakis simplex consegue detetar o cancro, através do “odor” da doença”, explica Wildan Mubarok, autor do novo estudo, publicado em junho na Materials Today Bio.

“Isto fez-nos questionar se podiam ser utilizados para tratamentos anti-cancerígenos diretamente às células cancerígenas no corpo humano”, realça o investigador.

Para estudar esta possibilidade, os investigadores desenvolveram um sistema para aplicar bainhas de hidrogel aos nemátodos, mergulhando-os numa série de soluções com substâncias químicas que se ligam entre si, para criar uma camada semelhante a um gel, em toda a sua superfície.

Este processo adapta-se através de uma espécie de fato com cerca de 0,01 mm de espessura ao verme, em 20 minutos.

“Os resultados foram muito claros”, indica Shinji Sakai, também autor do estudo. “As bainhas não interferiram de forma alguma com a sobrevivência dos vermes e foram suficientemente flexíveis para manter a motilidade dos vermes e a sua capacidade natural de procurar cheiros e sinais químicos“.

Os investigadores carregaram as bainhas com moléculas funcionais e descobriram que isso protegia os vermes da luz ultravioleta e do peróxido de hidrogénio.

Além disso, as bainhas podiam ser carregadas com agentes anticancerígenos que os nematódeos, protegidos mas desimpedidos pela sua armadura de hidrogénio, podiam transportar e entregar para matar células cancerígenas in vitro.

“Os nossos resultados sugerem que os nematódeos podem ser utilizados para entregar carga funcional a uma série de alvos específicos no futuro”, afirma Mubarok.

Dada a adaptabilidade das bainhas de hidrogel, este sistema de entrega baseado em vermes promete não só entregar medicamentos anti-cancerígenos às células tumorais dos pacientes, mas também tem aplicações noutras áreas, tais como a entrega de bactérias benéficas às raízes das plantas.

Alice Carqueja, ZAP //

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