Cientistas criam máquina inovadora que recolhe água do ar

Heno Hwang / KAUST

Uma máquina de recolha de água alimentada a energia solar desenvolvida por investigadores da KAUST pode extrair 2-3 litros de água por dia durante o mês de verão

Uma nova máquina de recolha de água, desenvolvida pela KAUST, é movida a energia solar e usa um ciclo autossustentável inspirado nos processos naturais das plantas para extrair eficazmente água a partir do ar.

Uma equipa de investigadores desenvolveu uma nova tecnologia capaz de extrair consistentemente litros de água da humidade presente no ar todos os dias, sem necessidade de manutenção regular.

Em meios tradicionais, os coletores funcionam num ciclo de duas fases. Em primeiro lugar, um material absorvente capta a água do ar e, depois do saturado, o sistema é selado e aquecido com a luz solar para extrair a água captada.

Segundo o SciTechDaily, a alternância entre estas duas fases requer um trabalho manual ou um sistema de comutação, que aumenta a complexidade e o custo do processo.

A nova máquina de colheita não necessita de nenhum dos dois, pois alterna passivamente entre as duas fases de modo a funcionar continuamente sem intervenção.

Num novo estudo, publicado o mês passado na Nature Communications, os cientistas inspiraram-se em processos naturais para criar o seu sistema.

No sistema, as pontes de transporte de massa desempenham um papel crucial como ligação entre a “parte aberta” para a captação de água atmosférica e a “parte fechada” para a produção de água doce.

As pontes de transporte de massa são um conjunto de microcanais verticais com uma solução salina que absorve água. Essa solução é puxada para cima do canal pela mesma ação capilar que puxa a água para cima dos caules das plantas, e depois difunde-se de novo para baixo de modo a recolher mais água.

“A nossa inspiração inicial veio da observação de processos naturais, especificamente, a forma como as plantas transportam eficazmente a água das raízes para as folhas através de estruturas especializadas”, explica o primeiro autor do estudo, Kaijie Yang.

Durante os testes do sistema, cada metro quadrado conseguiu produzir dois a três litros de água por dia durante o verão e cerca de um a três litros no outono. A água adquirida através desse meio pode ser utilizada para beber ou para a agricultura.

Por fim, a descoberta é bastante promissora. Os cientistas esperam que a mesma possa ser uma das formas para combater os problemas de escassez de água induzidos pelas alterações climáticas.

Soraia Ferreira, ZAP //

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