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Cientistas criam mapa 3D do universo com 1,2 milhões de galáxias

(dr) Daniel Eisenstein / SDSS-III

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O novo mapa 3D é um novo recorde para os cientistas, que conseguiram representar as cerca de 1,2 milhões de galáxias presentes no universo.

Centenas de investigadores do BOSS (Baryon Oscillation Spectroscopic Survey) atingiram um novo recorde graças à imagem representada acima neste artigo.

A imagem mostra as cerca de 1,2 milhões de galáxias presentes no universo, num mapa em três dimensões que abrange 650 mil milhões de anos-luz cúbicos do Espaço – o que equivale a um quarto do céu.

O BOSS é um projeto que faz parte do Sloan Digital Sky Survey III, uma investigação que mede os níveis de radiação e as ondas sonoras desde o início do universo.

Além de ser uma imagem incrivelmente bonita do universo em que vivemos, este mapa é atualmente a medição feita pelos cientistas mais precisa da expansão do universo e confirma uma teoria há muito defendida por astrofísicos.

Esta digitalização 3D dá ainda mais evidências de que uma substância misteriosa, conhecida como energia escura, está provavelmente a causar a expansão a um ritmo acelerado do universo.

A aceleração da expansão do universo

Quando Albert Einstein propôs pela primeira vez a sua teoria da relatividade geral em 1916, não sabia que o universo estava a expandir-se.

Como tal, pensou que o tamanho do cosmos era fixo e introduziu nas suas equações um fator de correção matemática, apelidado de “constante cosmológica”, simbolizada pela letra grega lambda.

Einstein teve de rever esta ideia quando o astrónomo norte-americano Edwin Hubble descobriu, em 1929, que o universo estava na realidade a expandir-se e considerou ser esse o maior erro da sua carreira.

Então, em 1998, cientistas descobriram que não só as galáxias distantes estavam a afastar-se, como também o estavam a fazer a um ritmo cada vez mais rápido.

Por conta disso, os físicos propuseram que o cosmos está cheio de energia escura, embora não tenham a certeza de como isso funciona exatamente.

Uma das explicações mais promissoras é a que Einstein estava no caminho certo quando propôs uma constante mas, em vez de manter o universo estático, serve como uma espécie de contra força que atua sobre a gravidade, fazendo o universo expandir-se de uma forma cada vez mais acelerada.

Os dados conseguidos no levantamento feito pelo BOSS confirmam esta hipótese.

O mapa contém 48.741 galáxias e cada ponto representa a posição de uma galáxia tão longe quanto seis mil milhões de anos no passado, dentro de apenas um vigésimo do céu que vemos acima de nós (e 3% do total de dados do BOSS).

A imagem abrange um segmento do universo com seis mil milhões de anos-luz de largura, 4,5 mil milhões de anos-luz de altura e 500 milhões de anos-luz de espessura.

As cores indicam a distância relativa da Terra: os objetos amarelos são os mais próximos e os roxos os mais distantes. Pontos cinzentos são pequenas regiões das quais não existem dados.

(dr) Jeremy Tinker / SDSS-III

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Em perspetiva

A imagem acima mostra um segmento do universo em três dimensões. O retângulo à esquerda mostra um recorte de mil graus quadrados no céu, que contém cerca de 120 mil galáxias ou aproximadamente 10% do levantamento total.

As regiões mais brilhantes, por sua vez, correspondem a mais galáxias.

Os dados do BOSS indicam que a energia escura, que impulsiona a expansão cosmológica, é consistente com a constante cosmológica, com uma margem de erro de apenas 5%.

Este mapa também é totalmente consistente com o modelo cosmológico padrão, em que o universo contém uma constante cosmológica, adicionando ainda mais peso a esta teoria científica dominante.

No futuro, investigadores podem usar essas informações para compreender melhor os mecanismos por trás da energia escura.

ZAP / Hypescience

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