Investigadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e da Universidade Politécnica de Valência (UPV) desenvolveram um novo tipo de cimento a partir da cinza do caroço de azeitona e dos resíduos procedentes de alto-fornos, uma alternativa mais sustentável aos cimentos utilizados atualmente e a primeira fabricada somente com esses materiais.
Jordi Payá, estudioso do Instituto de Ciência e Tecnologia do Cimento (ICITECH) da UPV, afirmou que o novo produto se destaca, especialmente, pela baixa pegada de carbono e por causar um impacto menor no meio ambiente.
De acordo com o cientista, o trabalho abre uma nova via de negócio para o aproveitamento e a valorização energética dessa biomassa.
De acordo com o investigador, o processo para a fabricação é “muito simples”, já o resíduo da combustão dos caroços e das outras partículas é moído, a dose adequada de um e de outro é estabelecida e tudo é misturado com água.
O novo cimento apresenta também bom desempenho mecânico, pois tem resistência suficientemente elevada para a aplicação na construção (300 quilos por centímetro quadrado para compressão), especialmente em pré-fabricados.
Entre as suas novidades, os investigadores ressaltaram a substituição do reativo químico -caro e com significativa pegada de carbono – necessário noutros cimentos de ativação alcalina analisados anteriormente pela cinza do careço da azeitona.
“O nosso trabalho agora está focado em melhorar a fórmula para obter melhor desempenho e estudar durabilidade e opções de aplicação”, revelou Payá.
ZAP // EFE