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Cientistas construiram computador com tecido cerebral humano

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ZAP // Dall-E-2

Uma nova arquitetura informática usa células estaminais pluripotentes humanas para desenvolver mini-cérebros ou organoides, que são depois ligados a uma rede neural artificial.

Uma equipa de investigadores liderada por Feng Guo, engenheiro da Universidade de Indian, nos EUA, conseguiu integrar com sucesso tecido cerebral humano com circuitos eletrónicos para criar uma nova arquitetura de computação — a que foi dada o nome de Brainoware.

Ao contrário dos computadores tradicionais, que separam processadores e unidades de memória, a Brainoware usa organóides cerebrais ligados a microelétrodos para realizar tarefas complexas, como reconhecimento de voz e previsão de equações não lineares.

Embora ligeiramente menos precisa do que computadores de hardware puro, a Brainoware representa um passo importante na emulação da eficiência do cérebro humano, que possui um número estimado de 86 mil milhões de neurónios e até um trilião de sinapses.

Esforços anteriores para simular a atividade cerebral, como a tentativa realizada em 2013 na Universidade de Riken, no Japão, com o K computer, conseguiram replicar apenas uma pequena fração das capacidades do cérebro.

A Brainoware funciona usando células estaminais pluripotentes humanas para desenvolver mini-cérebros ou organoides, que são depois ligados a uma rede neural artificial conhecida como computação de reservatório.

Estes organoides, desprovidos de pensamento ou consciência, processam informações que são depois interpretadas pelas camadas de entrada e saída do sistema.

A Brainoware demonstrou capacidades de aprendizagem impressionantes: identificou a voz de um orador específico a partir de clips de áudio com 78% de precisão após apenas dois dias de treino, e previu um mapa de Hénon, sistema com comportamento caótico, com maior precisão do que uma rede neural artificial sem unidades de memória de longo prazo.

Apesar destes avanços, a Brainoware enfrenta ainda alguns desafios, como manter a saúde dos organóides e gerir o consumo de energia dos equipamentos periféricos.

“Pode demorar décadas até termos biocomputadores funcionais, mas a nossa pesquisa ultrapassa a computação: dá-nos insights importantes sobre desenvolvimento neural, mecanismos de aprendizagem e implicações cognitivas de doenças neurodegenerativas”, explicam os autores do estudo.

Os resultados do estudo foram apresentado num artigo publicado esta segunda-feira na Nature Electronics.

ZAP //

1 Comment

  1. Isto transcende tudo o que é aceitável, só seres estúpidos poderiam dar à IA células estaminais humanas a um circuito eletrónico conhecendo a natureza humana. Isto é o caminho para a nossa destruição.

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