
Os jovens na casa dos 20 anos encontraram aparentemente uma nova forma de lidar com o stress: trancar-se na casa de banho e lá ficar durante horas. Não para fazer xixi. Não para chorar. Apenas para… existir.
A tendência chama-se “bathroom camping” e está a ganhar força no TikTok como a mais recente forma de terapia auto-prescrita.
Os utilizadores dizem que o refúgio os ajuda a reiniciar o sistema nervoso, escapar à sobre-estimulação e recuperar alguns minutos (ou horas) de solidão sem perturbações, conta a Vice.
“Não há nada a acontecer na casa de banho”, diz o tiktoker @Hendo, que assegura que faz bathroom camping há 20 anos. “Somos apenas eu e mais eu naquela casa de banho.”
Hendo explica que “acampa” quando a vida se torna sobre-estimulante, seja numa festa, no trabalho, ou mesmo sozinho em casa. Para o tiktoker, algumas horas numa cabine de casa de banho custam menos que terapia e implica zero julgamentos.
Outros tiktokers partilham este sentimento. “Meu Deus, pensei que era apenas uma coisa estranha que adorava fazer”, escreveu um comentador. “A minha casa de banho sempre foi o meu espaço seguro“.
Outro diz que verifica imediatamente a casa de banho quando se muda para um apartamento novo… “para conforto”.
Claro que nem todos estão entusiasmados com a ideia de ocupar casas de banho como forma de auto-terapia. Os críticos dizem que os campistas de casa de banho monopolizam os WC públicos, especialmente no trabalho, onde são sempre muito disputadas.
“Se não estás a usar e alguém bate à porta, deixa-nos usar a sala“, implora um utilizador com síndrome do intestino irritável.
Ainda assim, há quem argumente que para algumas, não se trata meramente de uma moda: é uma resposta ao trauma. Uma utilizadora partilhou que costumava acampar durante as fúrias alcoólicas do pai, porque o seu quarto não tinha fechadura. Outra, que superava ataques de pânico durante a noite.
A tendência está também agora a chamar a atenção de psicólogos e especialistas em saúde mental.
Num artigo na Psycle, a escritora de psicologia dos media Cynthia Vinney salienta que comportamentos como sentar-se no duche ou isolar-se em casas de banho podem por vezes sinalizar condições subjacentes de depressão ou ansiedade.
Embora uma casa de banho possa oferecer alívio temporário, não é uma solução a longo prazo.
Mas num mundo que nunca se cala, uma porta trancada e algum silêncio podem fazer muito. As luzes são duras, o chão é nojento, e ninguém se importa—porque continua a ser o único lugar onde temos permissão para estar sozinhos.
a ia começa a mostrar as suas aberrações. benvindos ao admiravel mundo putrefato.
Se estes meninos forem submetidos à história de Luísa, do poema «Calçada de Carriche» de António Gedeão, a coisa passa-lhe, passa-lhe o imaginário edonista.