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Cientistas conseguem transformar plástico em combustível

Químicos chineses desenvolveram um método extremamente eficiente para converter polietileno – o plástico mais comum na Terra – em combustível líquido, o que pode fazer uma grande diferença no que se refere à poluição ambiental mundial.

Todos os anos, em todo o mundo, as fábricas despejam cerca de 100 milhões de toneladas de polietileno.

Composto por átomos de carbono e hidrogénio ligados entre si em cadeias longas, o polietileno é uma substância extremamente difícil de se decompor. Por não reagir com muitos componentes, é praticamente impossível que o material se degrade no ambiente.

Há décadas que a comunidade científica internacional tenta descobrir um método limpo para a eliminação do composto. No geral, a única forma de eliminá-lo é através da incineração a altas temperaturas, mas este processo é altamente poluente.

Com a recente descoberta, aumentam as esperanças de que talvez seja possível degradar o polietileno naturalmente. No entanto, para que isso seja possível em larga escala, os investigadores deverão investir ainda mais nas pesquisas.

Zheng Huang, químico orgânico da Academia Chinesa de Ciências, passou os últimos quatro anos a desenvolver uma abordagem diferente e anunciou, na semana passada, um novo método para degradar o polietileno a temperaturas incrivelmente baixas: 150ºC.

A investigação foi feita em parceria com investigadores da Universidade da Califórnia em Irvine (EUA).

“Os nossos produtos são muito mais limpos do que os obtidos por métodos convencionais”, afirmam os investigadores no artigo publicado na sexta-feira passada na Science Advances, acrescentando que o método é também mais fácil de controlar, podendo mesmo ser utilizado como um combustível para motores a diesel.

 

Isto foi provado através da degradação de pequenas amostras de sacos de plástico, garrafas e embalagens de alimentos. O processo utiliza catalisadores químicos que são normalmente usados para produzir polímeros.

No entanto, como relata a revista Science, o processo é lento, levando cerca de quatro dias para ser concluído, e os catalisadores são caros.

Segundo os químicos envolvidos no projeto, a eficiência do catalisador tem sido positiva, mas não o suficiente para que o material possa ser comercializado.

O principal desafio será a transição da eliminação de pequenas quantidades para toneladas de plástico que poluem o meio ambiente na atualidade.

Canal Tech

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