Cientistas chineses anunciam ter criado o Manto da Invisibilidade

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ZAP // NightCafe Studio

Combinando as características fisiológicas de três espécies de animais, uma equipa de investigadores chineses criou um “manto de invisibilidade” indetetável sob radiação visível, micro-ondas e infravermelhos.

Num avanço significativo na ciência dos materiais, uma equipa de investigadores das universidades chinesas de Jilin e Tsinghua anunciou ter criado um novo material híbrido com extraordinárias propriedades de camuflagem — que na prática torna “invisível” quem o estiver a usar.

Esta meta-superfície, a que os investigadores deram o nome de Chimera, inspirado pela Quimera da mitologia grega, permite criar um “manto de invisibilidade” capaz de se tornar indetetável não apenas à luz visível, mas também a micro-ondas e raios infravermelhos.

A descoberta foi apresentada num artigo publicado esta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Este revolucionário material, que até agora existia apenas nos filmes de ficção científica ou nas histórias de Harry Potter, promete vir a ter inúmeras aplicações práticas que variam desde a observação não invasiva da vida selvagem até ao óbvio uso em operações militares.

Para criar a meta-superfície, os investigadores combinaram as características de três espécies diferentes: o camaleão, conhecido pela sua capacidade de mudar de cor, a rã de vidro, anfíbio da família Centrolenidae cuja transparência permite que se misture com o seu ambiente, e o dragão barbudo, ou Pogona vitticeps, um lagarto que consegue regular a sua temperatura corporal.

Esta fusão de propriedades permite à Chimera adaptar-se a uma vasta gama de condições espectrais e terrenos, superando as limitações das tecnologias de camuflagem existentes.

No centro nevrálgico da Chimera é constituído por um conjunto de circuitos cuidadosamente integrados entre camadas de vidro de quartzo e pereftalato de polietileno, ou PET, um tipo de plástico usado principalmente em recipientes de bebidas e têxteis.

Estes circuitos são capazes de manipular as ondas eletromagnéticas de tal forma que a superfície se torna quase completamente indetetável aos olhos humanos e às tecnologias de deteção.

Além disso, o material consegue reduzir as diferenças de temperatura para apenas 3,1°C, tornando-se invisível até mesmo aos olhos das tecnologias termográficas mais avançadas.

Xu Zhaohua / PNAS

A metasuperfície Chimera mostrou-se indetetável nos cinco tipos de ambientes em que foi testada

Segundo o South China Morning Post, o novo meta-material representa um salto significativo na busca por materiais de camuflagem reconfiguráveis de nova geração, capazes de operar em terrenos dinâmicos e em diferentes faixas de frequência.

“A Chimera adapta-se a qualquer tipo de ambiente, tendo obtido bons resultados nos cinco terrenos testados – deserto, solo gelado, superfícies aquáticas, prados e areia – cobrindo uma vasta gama de frequências”, explicou Xu Zhaohua, investigador da Universidade de Jilin e autor principal do estudo.

O novo material promete assim revolucionar a forma como a invisibilidade é percebida e utilizada, passando das páginas da ficção científica para o mundo real. Lamentavelmente, não o vamos conseguir ver.

ZAP //

1 Comment

  1. Que pena!! Pois que ainda agora se está a usar tecnologia para possibilitar a alguns cegos verem, para depois não conseguirem ver outras pessoas cobertas pelo dito manto….

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